segunda-feira, 22 de abril de 2013

Chefe de polícia de Boston diz que suspeitos planejavam novos ataques


Prefeito diz que talvez não seja possível interrogar o suspeito que está internado em hospital


Policiais vigiam a entrada do hospital Beth Israel Deaconess Medical Center
Foto: Julio Cortez / AP
Policiais vigiam a entrada do hospital Beth Israel Deaconess Medical Center Julio Cortez / AP
BOSTON, EUA - O comissário de polícia de Boston, Ed Davis, disse neste domingo que os investigadores acreditam que os suspeitos do atentado à bomba na Maratona de Boston planejavam outros ataques. Em entrevista ao programa "Face the Nation", da rede CBS, ele afirmou que os irmãos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev carregavam um arsenal de explosivos e granadas caseiras quando foram encurralados durante o cerco policial na cidade de Watertown.

— Nós temos razões para acreditar que, com base no foi encontrado na cena no poder de fogo que eles tinham, que eles iam atacar outras pessoas. Essa é a minha opinião pessoal neste momento — disse Davis.
Ele disse ainda que foram encontrados mais de 250 cartuchos de muniçãono local, e que o chão estava "cheio de dispositivos explosivos improvisados ​​não detonados". Outro dispositivo foi encontrado dentro de um carro que os irmãos haviam sequestrado anteriormente.
Investigadores tentam agora rastrear todas as armas usadas pelos irmãos, disse Davis, acrescentando que isso é uma "parte importante da investigação."
Ao programa "Fox News Sunday", Davis afirmou que autoridades não podem assegurar que não há mais explosivos escondidos.
Suspeito tentou cometer suicídio antes de ser preso, diz CBS
Segundo Davis, o FBI ainda não conseguiu interrogar Dzhokhar. E, de acordo com o prefeito de Boston, Thomas Menino, talvez autoridades não consigam mais falar com ele.
O suspeito está internado no hospital Beth Israel Deaconess Medical Center. Ele foi baleado na garganta. o que ocasionou danos na língua, disse uma fonte próxima à investigação, falando sob condição de anonimato.
— Nós não sabemos se algum dia seremos capazes de interrogar o indivíduo — disse Menino ao programa "This Week", da ABC, sem entrar em detalhes.
De acordo com a CBS News, Dzhokhar Tsarnaev tentou cometer suicídio antes de ser preso durante o cerco policial de sexta-feira. O jovem sofreu ao menos dois ferimentos à bala, um na perna e outro na parte detrás do pescoço. Este último teria sido ocasionado por um disparo feito por Dzhokhar contra ele próprio, segundo informou o analista de segurança da rede, John Miller, citando fontes próximas ao caso.
— Eles (os investigadores) dizem que a ferida na parte detrás do pescoço foi, possivelmente, uma tentativa de suicídio. Eles dizem que pela aparência da ferida ele pode ter colocado a arma na boca, disparado e a bala saiu pelo pescoço sem matá-lo. Essa é uma das razões pelas quais ele não pode se comunicar, mas ele pode entender o que estão falando. Eles acreditam que vão conseguir falar com ele em breve — relatou Miller.
Segundo o analista, os investigadores esperam que Dzhokhar possa fornecer, prioritariamente, três informações:
— Você fez isso sozinho? Existe alguém lá fora? Existe outro plano?
De acordo com o governador de Massachussets, Deval Patrick, Dzhokhar permanece em estado grave, porém estável.
— Ele ainda não está em condições de se comunicar — disse Patrick. — Eu e acho todos os profissionais da lei esperam, por uma série de razões, que o suspeito sobreviva, porque nós temos um milhão de perguntas, e essas questões precisam ser respondidas.
As autoridades não detalharam publicamente quais ferimentos foram sofridos pelo adolescente, mas um funcionário disse que Dzhokhar está "entubado e sedado." Dezenas de agentes fazem a segurançado hospital Beth Israel Deaconess Medical Center, onde o suspeito está internado.
Autoridades americanas afirmaram que uma equipe especial de investigadores vai interrogar Dzhokhar sem proclamar o chamado aviso de Miranda, que garante ao suspeito o direito de permanecer em silêncio até que esteja na presença de um advogado. Em vez disso, o governo vai invocar uma norma jurídica conhecida como “exceção de segurança pública” que permite aos investigadores interrogar o jovem assim que ele estiver fisicamente capaz.
A isenção pode ser invocada quando a informação é necessária para proteger a segurança pública. Neste caso, o governo acredita que é vital saber se Dzhokhar plantou quaisquer outros explosivos antes de sua captura ou se há outros envolvidos no atentado. Um memorando de 2010 do Departamento de Justiça disse que o atraso na emissão do aviso de Miranda é justificado quando supostos terroristas são capturados nos Estados Unidos.
A American Civil Liberties Union, entretanto expressou preocupação com o fato. O diretor-executivo do grupo, Anthony Romero, disse à Fox News que a exceção aplica-se apenas quando há uma contínua ameaça à segurança pública.

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