Lula sobre julgamento do mensalão: ‘tenho mais o que fazer´

Ex-presidente disse que advogados dos réus é que têm de acompanhar o processo

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é homenageado em São PauloMICHEL FILHO / AGÊNCIA O GLOBO

SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou falar sobre o processo do mensalão, que começa a ser julgado nesta quinta-feira. Depois de receber homenagem de entidades produtoras de biocombustível, Lula disse à imprensa que não vai acompanhar, sequer pela TV, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

- Tenho mais coisas para fazer do que isso. Quem tem de assistir são os advogados - disse ele.

Questionado de por que não assistiria ao julgamento, Lula respondeu:

- Porque estou trabalhando, meu filho.

O ex-presidente deixou o evento, em um hotel de São Paulo, e foi se encontrar com o marqueteiro das campanhas do PT, João Santana.

Durante o evento, respondendo ao pedido de um dos organizadores do evento, de que ele voltasse à Presidência, Lula defendeu a presidente Dilma Roussef e respondeu:

- Eu não preciso voltar, eu já voltei. Estou aqui inteiraço para ajudar a Dilma a ser eleita mais uma vez - disse, referindo-se ao restabelecimento de sua saúde depois de enfrentar, ano passado, um diagnóstico de câncer na garganta.

Bem humorado, Lula chegou a brincar com o fato de estar com um enorme inchaço na garganta.

- Tenho mais papo do que tinha quando era presidente.

Marco Maia: mensalão ‘só interessa a quem não tem nada a fazer’

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), reagiu no mesmo tom de Lula.

- Vi que muitas pessoas estão preocupadas com quem está vendo, com quem não está vendo (o julgamento do mensalão) e quero dizer que o julgamento do mensalão, nesta fase em que está, é para jornalista assistir e para aqueles que não têm absolutamente mais nada para fazer e tal das suas vidas. Como eu tenho muita coisa para fazer, preocupado com o país, com as articulações para as votações na Câmara, na próxima semana, sobre temas de interesse do país, não tive tempo para acompanhar o que está se passando no mensalão e quero continuar assim: trabalhando pelo país e pela Câmara - disse Maia, ao chegar, depois das 16h, à Câmara.