MP apura se assassinato teria sido ato de vingança pela morte de rubro-negro em maio
RIO — O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) anunciou nesta terça-feira que a Torcida Jovem do Flamengo está impedida de frequentar os estádios de futebol por seis meses. A decisão vale para todo o território nacional e começou a vigorar nesta terça-feira. Os torcedores são acusados de envolvimento na morte do vascaíno Diego Leal, de 30 anos, no dia 19 de agosto, durante uma briga na Zona Norte do Rio.
A decisão foi anunciada pelo promotor de Justiça Pedro Rubim Borges Fortes, da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte, em cumprimento ao que determina o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre MP-RJ, o Grupamento Especial de Policiamento dos Estádios (GEPE), a Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro e as próprias torcidas na semana passada.
— Estamos tentando contornar uma situação de crise. Seria especulação dizer que com essa medida vamos acabar com os episódios de violência. Mas gostaria de acreditar que isso vai servir para conscientizar as torcidas — disse o promotor.
Segundo o Ministério Público, as torcidas organizadas, ao assinarem o termo, evitaram o ajuizamento de uma Ação Civil Pública (ACP) que poderia resultar no banimento por até três anos, de acordo com o Estatuto do Torcedor,.O documento informa, no entanto, que o torcedor, sozinho, não será impedido de entrar nos estádios, já que o Ministério do Esporte ainda não realizou o cadastramento dos torcedores que integram as organizadas. Mas o compromisso proíbe o uso de faixas, bandeiras, instrumentos musicais e camisas do clube durante as partidas. O descumprimento de qualquer obrigação implicará multa de R$ 5 mil e uma partida de suspensão a cada novo episódio de violência, além dos seis meses previstos pelo TAC. A Força Jovem do Vasco e a Young Flu também assinaram o termo e foram banidas pelo mesmo período.
O MP-RJ investiga se o assassinato de Diego Leal teria sido um ato de vingança pela morte do flamenguista Bruno de Santana Saturnino em maio. Na ocasião, Bruno foi agredido por vascaínos, que o reconheceram como integrante da TJF. O rapaz chegou a ser internado no Hospital Salgado Filho, no Méier, com traumatismo craniano, mas morreu dias depois.
Já o vascaíno Diego Leal foi morto a tiros e facadas em Tomás Coelho antes do clássico entre Flamengo e Vasco, no Estádio do Engenhão. Dois suspeitos de assassinar o vascaíno foram presos.
Também nesta terça-feira, a torcida Young Flu, do Fluminense, acusada de envolvimento na confusão que terminou com dois vascaínos agredidos e roubados no último sábado, confirmou a expulsão de cinco membros. De acordo com informações da organizada, dos 21 presos, apenas os expulsos eram cadastrados.
Mais cedo, a Young Flu havia divulgado em sua página da rede social Facebook um comunicado informando que repassou ao Grupamento Especial de policiamento de Estádios (GEPE), a relação dos representantes de sub-sedes da torcida, conforme solicitação do MP. Além disso, a nota afirma que a diretoria pretende apurar o caso junto às autoridades para tomar as medidas cabíveis:
"Embora não nos responsabilizemos por atos provocados por decisões individuais de nossos componentes, iremos apurar o caso junto às autoridades e tomaremos medidas com base em nosso estatuto e nas resoluções internas, cabendo aos envolvidos que forem filiados à torcida, punições, suspensões e até mesmo exclusões", diz trecho da nota.
O governador Sérgio Cabral criticou nesta terça-feira, durante a inauguração de mais duas Unidades de Polícia Pacificadora no Complexo da Penha, na Zona Norte, o comportamento de integrantes baderneiros de torcidas organizadas. Ele disse o governo está agindo energeticamente para coibir esse tipo de violência.
— (Os baderneiros) são delinquentes que prejudicam um espetáculo maior. Uma coisa é se você se organizar numa torcida e ir ao estádio mais cedo vibrar com os seus craques. Outra coisa é cometer atos ilícios sobretudo a violência que chega até a morte de pessoas — avaliou o governador. — O Rio é palco dos principais eventos esportivos. Vamos agir com determinação para dar tranquilidade às famílias que vão ao estádio — disse Cabral, que ressaltou ainda que a crítica é apenas para os indivíduos que causam confusões e violência, e não para as torcidas como um todo.
3 comentários:
Sugiro que da próxima vez a foto da Young Flu também seja publicada.
Todas essas "organizadas" têm de ser proscritas. É tudo coisa de bandido para apoiar bandido-cartola de clube.
Sugiro o banimento definitivo e criminalização da instituição "torcida organizada" em todo o país.
E que paguem os bons torcedores pelos maus.
Tais "torcidas" já deram mostra suficiente de que na maioria das vezes não passam de grupos de criminosos ou aprendizes de.
Fora com essa escória dos estádios para quem quer se divertir e apoiar seu time possa fazê-lo sem medo.
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