Se é verdade que a televisão anda meio gritada — e em geral é mesmo —, até isso funciona bem em “Avenida Brasil”. Com as portas escancaradas para o improviso, o novela vem lucrando com as falas muitas vezes sobrepostas. Um exemplo foi a cena desta semana que reuniu, na diretoria do Divino F.C., Monalisa (Heloísa Périssé), Adauto (Juliano Cazarré), Leleco (Marcos Caruso), Diógenes (Otávio Augusto), Muricy (Eliane Giardini), Silas (Aílton Graça) e Olenka (Fabíula Nascimento).
Eles primeiro entabularam uma conversa semicivilizada, mas rapidamente partiram para a ignorância. O motivo da desarmonia era banal, a mudança da cabeleireira para a Zona Sul. Foi apenas um pretexto para que as divergências de fundo se manifestassem. Os decibéis foram às alturas, como acontece nas atrações de humor mais populares, um personagem querendo vencer o outro no grito.
O resultado foi muito bom. E vale lembrar: esse tipo de sequência que corre mais solta era algo mais comum no teatro que na televisão.
Um comentário:
Num país sem planejamento o improviso é uma necessidade de sobrevivência.
O futuro do Brasil é uma peça totalmente improvisada já que aqui não existem roteiristas.
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