No time mineiro bastou um jogo contra o maior rival para fazer golaço e ter boa atuação. No Rio ele demorou 12 partidas para marcar unzinho, e de pênalti
RIO - Os ares de Belo Horizonte parecem mesmo ter feito bem a Ronaldinho Gaúcho. Depois de sair em baixa do Flamengo, com direito a briga judicial, o meia está reencontrando seu bom futebol no Atlético-MG, e é um dos destaques da grande campanha da equipe no Campeonato Brasileiro. No último domingo, ele deu mais uma prova de que a fase em Minas Gerais é bem diferente dos tempos da Cidade Maravilhosa. Se no Flamengo Ronaldinho demorou doze clássicos para marcar um gol, e de pênalti, no Galo ele mostrou seu cartão de visitas logo no primeiro confronto com o rival Cruzeiro.
Chamando a responsabilidade em campo, o jogador foi decisivo ao bater o escanteio que resultou no primeiro gol, do zagueiro Leonardo Silva, e ao marcar um golaço em grande jogada individual, partindo do meio de campo, com direito a três dribles no trajeto até a área, antes de chutar com categoria no canto esquerdo do goleiro Fábio.
O gol de domingo no Estádio Independência foi tão lindo que o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, disse que merecia ser colocada uma placa em homenagem ao craque. Menos, presidente, menos! Numa enquete no site do GLOBO, a maioria dos 1.548 leitores que participaram (36%) achou que "foi um belo gol, mas placa é demais". Outros 31% até fizeram pouco caso do lance e escolheram a opção "o gol nem foi nada demais, deram foi muito mole para ele". Apenas 33% concordaram com Kalil sobre a placa e disseram que "sim, foi mesmo uma pintura" o gol de Ronaldinho.
Ronaldinho já foi Rei dos Clássicos
Sua arrancada para o gol, contra o Cruzeiro, aliás, lembrou, guardadas as devidas proporções, claro, seus momentos áureos no Barcelona, onde costumava brilhar em clássicos contra o Real Madrid. Um jogo em especial, em 2005, ficou marcado. Em um lance espetacular, Ronaldinho partiu em velocidade pela esquerda e passou como quis pelos adversários até tocar na saída do goleiro Casillas, decretando o placar de 3 a 0 para o Barça em pleno Santiago Bernabéu, estádio do rival. Foi aplaudido de pé pelos torcedores do time da casa.
Outro momento marcante na carreira de Ronaldinho em um clássico local vem do início de sua carreira no Grêmio. Na final do Campeonato Gaúcho de 1999, o meia aplicou dribles desconcertantes no capitão do tetra Dunga - incluindo um elástico e um chapéu - e marcou o gol que deu o título estadual ao tricolor gaúcho naquele ano.
No último domingo, a vitória no clássico acabou escapando no último minuto mesmo após uma grande atuação. Mas pelo menos fez o camisa 49 recuperar seu bom retrospecto em clássicos, após o apagão no Flamengo. Pelo ex-clube, seu histórico contra os principais rivais não deixou saudade. Acusado muitas vezes por torcedores de se omitir em campo neste tipo de confronto, ainda via ao seu lado seu companheiro Thiago Neves marcar em quase todos os duelos. Ao todo, ele disputou 14 partidas contra os rivais do Rio pelo rubro-negro, obtendo quatro vitórias, oito empates e duas derrotas. Marcou apenas dois gols, ambos de pênalti, diante de Fluminense e Vasco.
Em gols, início parecido com o do Flamengo
Ronaldinho estreou pelo Atlético-MG na quarta rodada do Brasileirão, contra o Palmeiras, e realizou 15 partidas pelo clube mineiro até o momento. Neste período foram quatro gols, sendo dois de pênalti. Mas o meia vem se destacando mesmo é em deixar os companheiros na cara do gol. Foram seis assistências no torneio, número já superior ao do ano passado, onde deu cinco.
Seu bom desempenho resultou em participação direta em um terço dos 30 gols da equipe no campeonato com ele em campo, o que ajudou o Galo a alcançar um recorde no Brasileirão: a melhor campanha de um time no primeiro turno desde que se instituiu os pontos corridos, em 2003. Mesmo com um jogo a menos, o Atlético-MG atingiu 43 pontos, chegando a um aproveitamento recorde de 79,6%. São 13 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota.
As primeiras 15 partidas de Ronaldinho no Flamengo foram semelhanteS no que diz respeito a número de bolas na rede. Com a camisa rubro-negra, o meia fez cinco gols nesta etapa. Porém, quatro no Carioca, campeonato de nível mais baixo que o Brasileirão, e um na Copa do Brasil. No fim, a campanha no Estadual terminou com o título de forma invicta.
Desempenho no Brasileirão
Este é o segundo Campeonato Brasileiro de Ronaldinho desde que voltou ao futebol brasileiro, no início de 2011. No ano passado, jogando de maneira diferente da atual, mais avançado, o meia acabou mostrando uma face artilheira no Flamengo. Marcou 14 gols, perdendo somente para o centroavante Deivid, que anotou 16. O rubro-negro acabou na quarta colocação, classificado para a Libertadores.
Seu ponto alto foi no duelo épico contra o Santos de Neymar, na Vila Belmiro. Com uma atuação de gala, marcando três gols, o meia comandou a virada por 5 a 4 sobre o Peixe. Curiosamente, o Atlético-MG, seu atual time, também sofreu com seus lâmpejos. Ronaldinho marcou contra o Galo tanto no 4 a 1 do primeiro turno, no Engenhão, quanto no 1 a 1 do returno, na Arena do Jacaré.
Um comentário:
O moleque é encrenqueiro, presepeiro, cachaceiro, irresponsável e os cambáu. Tudo bem. Mas a gente sempre soube que ele joga bola e vê que ao menos no time do Atlético Mineiro ele tem com quem jogar. No Flamengo isso era literalmente impossível. Quem cnsegue jogar com Dêividi, Uélinton (são dois, um pior que o outro)Magal, Amaral etc? Só enchendo a cara, pombas. O dentuço tinha razão, ora bolas.
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