sábado, 18 de agosto de 2012

À espera de Dilma, desembargador de Alagoas entra em confronto com grevistas


Manifestantes fecharam a rodovia BR-314. Presidente inaugura fábrica da Braskem


MACEIÓ — Impedidos de chegar à solenidade onde a presidente Dilma Rousseff vai inaugurar uma nova fábrica da Braskem, em Marechal Deodoro (AL), servidores em greve e manifestantes do Movimento dos Sem Terra (MST) bloquearam nesta sexta-feira a BR-314 por mais de 40 minutos e chegaram a danificar, com porretes, o carro do presidente do Tribunal de Justiça do Alagoas, desembargador Sebastião Costa Filho.
Irritado, o magistrado desceu do veículo, tomou o porrete da mão de um dos manifestantes e partiu para o confronto.
O tumulto ocorre um dia após os policiais federais terem retomado a operação-padrão, gerando caos a grandes aeroportos do país. Em resposta, a Advocacia Geral da União (AGU) prometeu, nesta sexta-feira, punir os agentes que continuarem com a prática.Segundo o senador Benedito de Lira (PP-AL), que ficou preso na confusão Marechal Deodoro, a multidão estava bastante agressiva. — Eu defendo o direito de manifestação, esse direito é sagrado. Mas há momentos em que se abusa demais dele. O que eu vi hoje foi um desrespeito sem limites — afirmou Lira, que estava acompanhado do senador Renan Calheiros durante a confusão.
No Rio, os servidores federais marcaram para esta terça-feira, 21 de agosto, uma concentração na Candelária, às 10h. Os manifestantes prometem fechar a Avenida Rio Branco em uma caminhada até a Cinelândia.
Tumulto em Alagoas danifica carros e provoca engarrafamento
Durante a manifestação em Marechal Deodoro, outros três carros foram danificados, dois particulares e um do governo do estado.
Logo no início da manhã, a polícia impediu que 11 ônibus com manifestantes trafegassem pela BR-314, que dá acesso ao parque industrial da empresa. Os manifestantes saltaram dos veículos e bloquearam a avenida, provocando engarrafamento. A polícia tentou conter o conflito. Não há informações de presos e detidos.
Entre os servidores em greve estão representantes da Universidade Federal de Alagoas, que reclamam das condições de trabalho na cidade de Arapiraca, onde o campus universitário fica ao lado de um presídio. Eles ressaltaram que decretaram greve antes das outras universidades por conta da falta de segurança.
A Polícia Militar de Alagoas mobilizou cem homens para fazer barreiras em toda a BR-314. No entanto, cerca de 200 manifestantes conseguiram furar o bloqueio porque foram com carros particulares. Segundo o responsável pelo comando da operação, coronel Gilmar Batinga, a Polícia Militar está estrategicamente colocada, inclusive com o Batalhão de Choque, para evitar qualquer incidente ou aproximação dos manifestantes no local onde a presidente vai chegar.

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