Cachoeira comandava da prisão quadrilha que migrou para Brasília
Três pessoas são presas por exploração de jogos ilegais. Dois já haviam sido detidos e liberados
BRASÍLIA - A Polícia Civil desarticulou nesta sexta-feira um grupo que explorava cassinos no Distrito Federal. Foram presas três pessoas acusadas de envolvimento no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro, em Brasília. Segundo a Polícia Civil, a investigação identificou que o esquema de Cachoeira migrou de Goiás para o DF e, mesmo preso, Cachoeira chefiava o grupo.
As prisões de Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio Júnior e Bruno Gleidson Soares Barbosa ocorreram no início da manhã, na Operação Jackpot. Queiroga e Olímpio Júnior já haviam sido presos durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por integrarem a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Contudo, foram soltos depois de receberem habeas corpus da Justiça.
Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Henry Lopes, depois da Operação Monte Carlo, o esquema criminoso “migrou” de cidades goianas do Entorno de Brasília para o Distrito Federal. Na operação de hoje, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Sobradinho, na Ceilândia, na Asa Norte, na Asa Sul, no Jardim Botânico, no Gama e no Lago Norte. Foram apreendidos um cofre, R$ 8,9 mil em espécie, e vários cheques na casa de Raimundo Washington.
- Acreditamos que, com essa operação, o grupo criminoso foi desbaratado por completo no Distrito Federal. É preciso que essas pessoas continuem presas para que não possam voltar a atividade criminosa - disse o delegado.
Ele informou ainda que a polícia pediu também a prisão de José Olímpio Queiroga, mas o pedido foi recusado pela Justiça. Para o delegado, a prisão dele é essencial para desarticular a quadrilha.
Os presos são acusados de formação de quadrilha, crime contra economia popular e exploração de jogos, que é uma contravenção. Eles ainda podem responder por lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar cinco anos de prisão.
O diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Jorge Xavier, informou que os dados serão repassados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Ele se disse surpreso com o nível de ousadia da organização.
- É uma coisa absurda. A CPI vai receber esse material e espero que seja decretada a prisão preventiva deles ou o Estado Brasileiro pode fechar as portas. É uma ousadia o grupo se instalar na capital da República, ao lado do Legislativo brasileiro.
Segundo o diretor-geral, o Estado precisa abrir os olhos e combater com energia esse tipo de organização e evitar a impunidade.
- Não se trata de meia dúzia de exploradores de jogatina, mas de uma gente ousada que enfrenta o Estado brasileiro.
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