Depois de quase duas horas e meia de reunião, terminou sem acordo a audiência de conciliação entre representantes da Embraer e dos sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu. A Embraer manteve a posição de não rever as demissões de mais de 4.200 funcionários, anunciada há duas semanas, que era o ponto de partida exigido pelos sindicalistas.
O presidente do TRT de Campinas também decidiu prorrogar a liminar que suspende as demissões na Embraer até o dia 13 de março, quando ocorrerá a nova audiência de conciliação entre sindicalistas e representantes da empresa.Como alternativa para a falta de acordo entre as partes na audiência desta quinta-feira, foi marcada para o próximo dia 9 de março uma reunião informal, no gabinete do presidente do TRT de Campinas, desembargador Luís Carlos Sotero.
A audiência foi realizada na manhã desta quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas.
- Acredito em avanço e numa solução factível - afirmou o desembargador.
Perguntado sobre a posição da Embraer de não reintegrar os demitidos, ele afirmou que, a princípio, isso "não impede que se encontre outras alternativas".
O advogado Nilton dos Santos, representante da Embraer, afirmou que a empresa está aberta a discutir propostas, desde que não se leve em conta a reintegração dos demitidos. Segundo ele, uma das possibilidades é melhorar o pacote de benefícios concedidos aos demitidos. A Embraer concordou em estender por mais um ano o plano de saúde dos funcionários desligados e seus familiares.
Os sindicalistas, porém, querem discutir a reintegração e afirmam que os dados financeiros da Embraer, que ainda não divulgou seu balanço fechado de 2008, não justificam o corte dos mais de 4.200 empregados, o que representa cerca de 20% da força de trabalho.
Na audiência desta quinta, sindicalistas apresentaram dados extraídos do site da própria companhia, segundo os quais os principais executivos da empresa teriam direito, além do salário ordinário, ao recebimento de bônus entre R$ 50 milhões e R$ 80 milhões neste ano.
- Os executivos da Embraer parecem os executivos das montadoras americanas, que viajavam de jatinho. A empresa tem altas mordomias, paga salários milionários aos executivos e está agora demitindo funcionários - disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.
Ainda segundo os sindicalistas, a Embraer teria feito operações no mercado financeiro de derivativos que teriam gerado prejuízos em torno de R$ 177 milhões e as demissões seriam uma forma de cobrir este rombo financeiro.
- Com a economia de um ano de salários destes 4.200 demitidos a Embraer ganharia quase R$ 190 milhões - disse o presidente nacional do Conlutas, José Maria de Almeida, entidade a qual está ligado o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
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Ivanildo, com saudades da avó:
- Minha avó, que Deus a tenha, não se cansava de dizer que a corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco. Os empregados demitidos não dirigiam a empresa, não eram os executores da política comercial nem da política financeira. Na hora de dançar, quem dança ? Os diretores ? Claro que não, dançam os empregados. É sempre assim, né não ?
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