Fim da Novela: O Minhocão Vai Abaixo

Poucas horas depois de a Justiça permitir a demolição do Minhocão da Rocinha, funcionários da Secretaria municipal de Ordem Pública já começaram a derrubar a marretadas as paredes do imóvel de dois andares e 24 apartamentos, na tarde desta quarta-feira. Cerca de 20 agentes, entre policiais militares, guardas municipais, agentes do controle urbano e funcionários da Comlurb, Light e cedae participam da demolição. O secretário de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, esteve no loca, mas foi obrigado a deixar a favela escoltado por policiais. Os moradores ficaram bastante revoltados com a ação e houve confusão. Agentes do controle urbano também precisaram conter os moradores para evitar que o local fosse invadido.

Ao ser informado esta semana pelo GLOBO sobre as mudanças no imóvel, o administrador regional de Rocinha, Jorge Collaro, mandou um funcionário ao local. Para Collaro, "o que parece é que estão querendo botar gente para morar no prédio. Acham que, com moradores, não conseguiremos demolir. Só que, quando a prefeitura decidiu pela demolição e os donos entraram na Justiça, o edifício estava em construção e vazio".
A caixa d'água azul, com capacidade para 500 litros, foi instalada num canto do teto do prédio e só pode ser vista de perto. As cortinas são mais facilmente notadas - ontem, duas delas estavam amarradas e uma aberta.
No mesmo domingo, o prefeito Eduardo Paes esteve no local, e garantiu que o prédio seria demolido, caso fosse confirmado que a obra não tinha licença. No dia seguinte, Paes foi informado pela Secretaria de Urbanismo de que a construção estava embargada desde setembro de 2007, e que os donos tinham sido notificados e multados quatro vezes. A obra teria sido financiada por um dono de restaurante na Gávea.