DSSTC - Dicas de Sobrevivência na Selva do Trânsito Carioca - Jorge Eduardo

O grande piloto de fórmula 1, Sir Stirling Moss disse que nunca se pode questionar a habilidade dos homens no dirigir e no fazer sexo. Perfeito. Mesmo assim, volta e meia, aparecem recomendações para um comportamento no trânsito, chamado “Direção Defensiva”. Quem for renovar a carteira de habilitação é obrigado, desde 2005, a fazer nos DETRANS um curso da tal de direção defensiva. Para “Direção Agressiva” não há curso nenhum. Bastam os comerciais de automóveis que insistem nas performances esportivas e agressivas dos seus modelos. Que tal uma “Direção Psicológica” ? Que tal manter o equilíbrio emocional no hospício que é o trânsito no Rio de Janeiro ? É muito difícil, mas não de todo impossível, sobreviver aos “Fórmula Ônibus” ou às alucinadas vans. Como lidar com pedestres-toureiros e aqueles motoristas compulsivos por ultrapassagens sem quebrar o carro, a cara e a conta bancária ? Ai vão dicas para reduzir bastante os riscos e sair ileso da selva que é o trânsito carioca.
DSSTC - Dicas de Sobrevivência na Selva do Trânsito Carioca
1 - Evitar a pressa
Nem sempre é possível, mas nos percursos e horários habituais dá para prever a duração de um ponto a outro. Saia com 30% a mais, em minutos, do tempo habitual. Exemplo: se você costuma fazer determinado percurso em 30 minutos, saia 9 ou 10 minutos antes. A irritação com sinais mancomunados, fechando uns após os outros, obras “emergência”, ônibus e mais ônibus, caminhões, neomotoristas lentos, tudo isso, se você estiver adiantado, será bem mais suportável. Vidros fechados, ar condicionado e música predileta e acima de tudo tranquila, ajudam bastante.
2 - A preferencial é sempre do outro
Todo motorista afoito acha sempre que está na “preferencial”. Muito cuidado com essa espécie. Mais vale ceder passagem do que bater. Imagine bater num táxi, por exemplo. Ou numa madame a bordo do seu carrinho novo. Já imaginou a aporrinhação que um arranhãozinho de nada pode ocasionar? Chamam o guarda, exigem reparações, insistem que tinham preferência e a gente não dispondo à mão do Código de Trânsito, fica com o dia envenenado. Deixa passar. O tempo cedido é irrisório. Além do mais, você vai se sentir um grande altruísta.
3 - Atenção às armadilhas e obstáculos
Sinal fechado é um obstáculo, mas só enquanto está no vermelho. Vira uma armadilha quando abre. Principalmente se você está na pole position. Os sinais cariocas, depois que fecham, estão sempre vazando. Tem quase sempre ônibus, táxis e aproveitadores do sinal amarelo. Isso para não falar das motos que parecem estar acima da lei e da ordem. Espere 2 segundinhos antes de sair. Deixa o carinha de trás buzinar. A sua vida vale infinitamente mais do que a pressa dos outros. Outra armadilha: bolas. “Atrás da bola , vem sempre uma criança”. Ou um marmanjo. E aqueles idiotas que saltam do ônibus e tentam atravessar a rua pela frente do ônibus ? O problema das armadilhas é que acontecem de repente, sem aviso. Uma porta sendo aberta, um ciclista na contramão e por ai vai. Às vezes dá para prever um desses acontecimentos e ficar preparado para reagir e escapar de um problema. Obstáculos? Há aqueles velhos conhecidos nos trajetos costumeiros como bueiros e buracos eternos. Esses devem ser memorizados e evitados em nome dos amortecedores e pneus. Há também as obras inesperadas, veículos enguiçados e acidentes. Nessas ocasiões dá para suportar se você está praticando a dica nº1 do DSSTC.

Na próxima segunda-feira: Prestar atenção às motos – Não buzine. Freie – Olhar o mais longe possível