Noite de sexta-feira, 20 de março: dois guardadores, um homem e uma mulher, com coletes não numerados, circulavam no trecho do Rio Rotativo da Avenida Atlântica, entre as ruas Sá Ferreira e Souza Lima, em Copacabana. Dos 12 carros estacionados nas vagas, 11 não tinham o tíquete junto ao para-brisa. O homem corre de um lado a outro tentando se antecipar à colega na abordagem dos motoristas, que pagam R$ 2 e não recebem os bilhetes. A cena é comum em diversos pontos da cidade. Sem controle, as 43.162 vagas da cidade regulamentadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) são loteadas por cooperativas, por um sindicato e por guardadores. Do total, 9.049 ficam no trecho mais valorizado da Zona Sul, que se estende do Leme a São Conrado, incluindo a orla marítima e a da Lagoa. Não falta fiscalização apenas sobre a ação dos guardadores. Um sindicato e sete cooperativas e associações, além de uma pessoa física, ditam as regras de um mercado oficial que movimentou, de janeiro a dia 23 deste mês, 3,720 milhões de tíquetes (no valor de R$ 7,4 milhões, levando-se em conta o valor de face de R$ 2 de cada um pago pelos motoristas). Esses intermediários, credenciados para comprar talões diretamente da CET-Rio, são encarregados da distribuição. Antes de chegar às mãos do guardador, os bilhetes passam ainda por outros atravessadores, que também lucram com a revenda. A desordem é tanta que, das oito entidades que compraram talões para vender este ano, sete não funcionam nos endereços cadastrados na prefeitura entre junho 2008 e janeiro de 2009.
2 comentários:
Para choque de ordem é preciso força. Mas como se nosso Sansão é careca........
Porque não fazer um Choque de Ordem em todo sistema de transportes?
Será que a contribuição eleitoral das companhias de transporte supera a negociata da Camargo Corrêa?
Os efeitos sobre o transito caótico inflacionado de onibus vazios na maior parte do dia e na poluição do ar seriam imediatos.
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