Quando leio que vinte anos após o naufrágio do (foto) Bateau Mouche - que matou 52 pessoas na noite de 31 de dezembro de 1988, após uma sucessão de irresponsabilidades que permitiram que um barco superlotado, despreparado para navegar em mar aberto, seguisse para ver os fogos de Copacabana numa noite de chuva e vento - nenhum culpado foi punido e quase nenhuma vítima ou sua família foi indenizada, penso imediatamente no ministro Gilmar Mendes e seus pares no STF: como podem encarar o povo brasileiro sem ter vergonha de que fatos emblemáticos como este continuem acontecendo diariamente na Justiça brasileira?
A justiça é cega. Talvez por isto, então, não esteja vendo o mar de lama em que se transformaram as suas várias instâncias. Nunca se viu tanta e tão descarada corrupção, um verdadeiro balcão de negócios e uma completa inversão de valores e propósitos: solta o bandido, prende os que estão investigando e retalia os que estão denunciando.
Depois culpam o general De Gaulle por ter dito que este país não é sério. Ele tinha toda a razão.
A justiça é cega. Talvez por isto, então, não esteja vendo o mar de lama em que se transformaram as suas várias instâncias. Nunca se viu tanta e tão descarada corrupção, um verdadeiro balcão de negócios e uma completa inversão de valores e propósitos: solta o bandido, prende os que estão investigando e retalia os que estão denunciando.
Depois culpam o general De Gaulle por ter dito que este país não é sério. Ele tinha toda a razão.
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Observação:
Embora a frase "le Brésil, ce n’est pas un pays serieux" ("O Brasil não é um país sério"), seja tradicionalmente atribuída ao então presidente da França, general Charles de Gaulle, neste contexto, na realidade foi pronunciada pelo embaixador brasileiro na França, Alves de Sousa, referindo a inabilidade com que o governo brasileiro conduzia este contencioso.
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