sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Como o Presidente Tentou Manter Vivo Meu Sonho de Consumo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar da crise financeira mundial nesta terça-feira e reclamou da atitude dos países ricos e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que no começo o dia divulgou um relatório mostrando que o pior da crise ainda está por vir e os países emergentes correm grandes riscos.
- Acontecia uma coisa na Argentina, todo mundo dava palpite, o FMI estava lá. Cadê os palpites que estão dando agora na crise americana? Cadê o FMI? Por que o FMI não está lá dando palpite, por que não estão na Europa dando palpite?
Presidente é como dizia Stanislaw Ponte Preta: Não interessa saber quem pintou a zebra e sim quem ficou com o resto da tinta.
Debaixo de chuva, o presidente pediu aos brasileiros que mantenham seus hábitos de consumo inalterados.
- Durante muitas semanas vai se falar em crise no mundo. A bolsa vai subir e vai descer. Não se abalem, porque esse país se encontrou com seu destino. Continuem fazendo as mesmas coisas que vocês faziam - disse Lula.
Lamento, mas não dá, Presidente. Há alguns dias quase realizei meu sonho de consumo, ou seja, comprar um celular que fazia coisas do arco da velha (preciso pesquisar onde fica este tal de arco da velha), inclusive falar. Custava 250 dólares, isto é, com a cotação a 1,25 saía por 312 reais. Não comprei. Fui ver agora e a loja está cotando o dólar a 2,25 e meu sonho de consumo desvaneceu, porque em reais, a moeda com que o INSS paga a minha aposentadoria, o preço foi para 562 reais.
Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o país não esta blindado contra a crise americana, e que declarações nesse sentido são apenas "para enganar o povo", em referência direta a falas do presidente Lula.
- Vamos cobrar nitidez do governo atual, não no sentido de sabotar as decisões que o governo vier a tomar, mas no sentido de cobrar que o governo deixe de brincar de poliana, dizendo que está tudo bem.
- Essas declarações de que o país está blindado são retóricas para fins de enganar a população. As pessoas vão sentir no bolso os efeitos da crise.
Não senti, Presidente, porque não comprei meu celular...

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