Leio no jornal que hoje o Bolsa Família completa cinco anos de existência e já distribuiu 41,1 bilhões de reais para a população de baixa renda, sendo a maior parte (21,9 bilhões) para o Nordeste. Aí, lembro de notícias (com fotos) veiculadas pela Imprensa em maio, junho deste ano em que apareciam pessoas da população de baixa renda exibindo, orgulhosas, televisores de 34 polegadas, celulares de última geração, fogões e geladeiras, tudo comprado com a dinheirama do bolsa família. Estes fatos eram o resultado de pesquisa realizada pelo IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. E mais: Cerca de 55 % dos que têm Bolsa Família enfrentavam restrição de comida. Ou seja, tinham fogão, mas não tinham comida para cozinhar. Não os culpo, o dinheiro é deles, fazem dele o que bem quiserem. Culpo o governo que em, vez de dar dinheiro, que vai se transformar em celulares etc etc, deveria dar comida.
Como eu faço com o menino do joelho.
Sempre que vou ao botequim comprar minha dose diária de câncer, aparece um menino (o mesmo menino) de 13, 14 anos e me pede um joelho – queijo e presunto dentro de um cilindro de pão. E eu dou. Custa R$ 1,50, menos da metade do meu veneno.
Contei este fato numa roda de chope com amigos e ouvi as seguintes filosofias de porta, porta não, de mesa de botequim:
- Você está estimulando a vagabundagem.
- Você só está tentando aplacar sua consciência por gastar mais de três reais no seu cigarro e isso o garoto já percebeu.
- Toda fez que você faz por alguém alguma coisa que ele pode fazer por si próprio, você não só não está ajudando, como está prejudicando.
E o gran finale:
- Não tem que dar o peixe, tem que ensinar a pescar.
Finjo que não ouço, peço mais um chope e um joelho (para experimentar) e fico esperando a frase que nunca vem:
- A FOME TEM PRESSA.
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