sábado, 3 de agosto de 2013

Presidente do Fla diz que risco de queda não altera o planejamento


  • ‘Temos de acreditar’, diz Eduardo Bandeira de Mello

Quebrando a cabeça. Mano Menezes ainda busca regularidade no Brasileiro: Flamengo está na zona de rebaixamento Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo
Quebrando a cabeça. Mano Menezes ainda busca regularidade no Brasileiro: Flamengo está na zona de rebaixamento Cezar Loureiro / Agência O Globo
Nos primeiros sete meses de gestão, em que procurou vasculhar a real situação financeira do clube, a atual diretoria do Flamengo tem andado em torno de um dilema. O mesmo buraco, que sugere a necessidade do saneamento de toda a instituição, é aquele que oferece o risco de queda. Depois de celebrar o bom trabalho nos primeiros dias, em que considerou o pior cenário possível para divulgar uma dívida de 750 milhões, o alto comando rubro-negro mantém a confiança, apesar dos números do time, que marcou só nove gols em dez jogos e voltou à zona de rebaixamento com a derrota de anteontem, por 3 a 0, para o Bahia.
— Vamos continuar trabalhando com a mesma seriedade. Não muda nada por causa do último jogo — disse o presidente Eduardo Bandeira de Mello, confiante na evolução rubro-negra . — Encontramos uma situação caótica, que ainda é difícil, mas que já começou a clarear.
A mudança de cultura anunciada pelo novo governo começa pela forma de enxergar a situação. Para que o Flamengo possa voltar a ter um time forte, à altura da expectativa da torcida e das tradições do clube, a primeira medida foi reduzir os investimentos do futebol. Com um elenco modesto, o Flamengo começa a ficar para trás justamente num momento em que as distâncias na tabela tendem a se acentuar. Comparado a uma corrida de automóvel, o Brasileiro estaria exatamente naquela volta em que o carro-madrinha sai da pista e obriga os competidores a acelerar fundo. Com poucos jogos no meio de semana e paralisação para a Copa das Confederações, as primeiras dez rodadas deixaram os times agrupados na tabela, na qual o líder tem 13 pontos a mais que o lanterna.
Estrela no banco
Só em agosto, o rubro-negro fará sete jogos, a começar pelo clássico de domingo com o Atlético-MG, em Brasília.
— Estou preocupado como também estaria se o time estivesse na frente. O trabalho tem sido bem feito, e temos de acreditar — afirmou o presidente, dividido entre a necessidade de acalmar a torcida e de rechaçar o clamor por mudanças e contratações de impacto. — É questão de responsabilidade, não dá para fazer loucuras, não temos dinheiro.
Depois das primeiras rodadas em ritmo lento, a relargada se anuncia dramática. Com 16 times à sua frente, e o São Paulo no retrovisor, o Flamengo precisa da potência e da regularidade que ainda não mostrou para voltar a andar entre os melhores. Passado o agrupamento inicial, resta o desafio da reaproximação, a começar pela distância que separa o futebol rubro-negro de sua torcida e do comando do clube. Em agosto, o time só voltará a jogar no Maracanã dia 11, contra o Fluminense. Salvo a partida diante do Goiás, dia 14, no Serra Dourada, as demais serão em Brasília, contra Portuguesa (dia 7), São Paulo (18) e Grêmio (25). Com as férias do vice Wallim Vasconcellos num momento em que o time precisa de trabalho duro, aliados já começam a temer pela instabilidade do futebol rubro-negro, que tem no diretor Paulo Pelaipe e no técnico Mano Menezes seus principais gestores.
— Mano e Pelaipe têm experiência muito grande — disse presidente, ao justificar a opção pelo modelo em que os dirigentes amadores não entram em campo e a maior estrela fica no banco. — O Mano é o líder do elenco e tem feito um trabalho muito bom.
Além da derrota da véspera, ontem, com o fechamento dos aeroportos do Rio, por causa de neblina, o presidente suportou sete horas de vôo para chegar separado do time, que seguiu à noite para Brasília. Apesar dos horizontes cinzentos, o comandante rubro-negro não se assusta com o risco de queda.


Um comentário:

Alberto disse...

Dirigente esportivo que trabalha sério é outra coisa. Não podemos aceitar entretanto que trabalho sério e progresso do time sejam mutuamente exclusivos.