quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estudo critica falta de personagens gays nos filmes de Hollywood em 2012


  • Relatório de ONG indica que, em 101 produções, apenas 14 tinham personagens LGBT


Javier Bardem (à direita) como o vilão Silva, em ‘007 - Operação Skyfall’
Foto: Divulgação
Javier Bardem (à direita) como o vilão Silva, em ‘007 - Operação Skyfall’ Divulgação
NOVA YORK — Em seu primeiro estudo sobre filmes lançados pelos grandes estúdios, a ONG Glaad critica Hollywood pelo baixo número de personagens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros no ano passado. Oestudo, publicado nesta quarta-feira sob o título “Indíce de responsabilidade dos estúdios 2013”, descobriu que entre os 101 filmes lançados pelos quatro grandes estúdios (Sony, Warner, Universal e Fox) em 2012, apenas 14 traziam personagens identificados como lésbicas, gays ou bissexuais e nenhum deles era transgênero.
A Glaad, antigamente conhecida como “Gay and Lesbian Alliance Against Defamation” (“Liga gay e lésbica contra a difamação”), reprovou a 20th Century Fox, sem nenhuma representação nos 15 filmes lançados ano passado; e a Walt Disney, que trouxe apenas o apresentador da MSNBC abertamente gay Thomas Roberts, que interpreta a si mesmo em “Os Vingadores”.
A Paramount ficou na média (há um casal de mães lésbicas na comédia adolescente “Pequeno problema, mega confusão”), assim como a Universal (personagens gays e lésbicas nos filmes “A escolha perfeita” e “Ted”) e a Warner Brothers (personagens gays em “A viagem” e “Rock of ages”).
A Sony Columbia ganhou uma nota adequada no estudo, que cita o vilão bissexual de Javier Bardem em “007 - Skyfall”. A Glaad ressalta, entanto, que “se por um lado é bom ver um personagem LGBT num papel tão importante em uma grande franquia, retratar um bissexual como vilão é uma triste tradição do cinema e deixa em dúvida se o estúdio algum dia mostraria um protagonista masculino numa franquia de ação que não fosse heterossexual.”
A Glaad, que também publica uma análise anual dos personagens em séries de televisão, criticou a indústria cinematográfica por não acompanhar a ritmo da mídia irmã.
“A televisão vem se tornando cada vez mais inclusiva — com uma porcentagem recorde de personagens LGBT na temporada 2012/2013 — e a indústria cinematográfica está ficando para trás”, diz o relatório. “Apesar dos filmes alternativos ainda trazerem algumas das mais ousadas histórias LGBT, os grandes estúdios relutam em incluir personagens LGBT em papeis significativos ou em franquias”.
Muitas mortes
Mesmo com a baixa quantidade de personagens gays nos filmes, o "The Guardian" lembrou que o número, atualmente, é bem maior do que o de décadas atrás. Há, porém, uma ressalva: quando um homossexual aparece na tela em um papel relevante, é quase certo que ele vai morrer em algum ponto da trama. Baseando-se em uma análise das produções indicadas ao Oscar desde "Filadélfia" (1993), pela qual Tom Hanks levou uma estatueta, o jornal faz as contas: houve 257 representações de personagens heterossexuais, e 23 de gays, bissexuais ou transexuais. Do montante LGBT, 56.5% (13) morrem. Dos dez sobreviventes, só quatro, em todos esses 19 anos, têm um final feliz.


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