Wilder de Morais irá ao Senado acertar detalhes de sua posse
BRASÍLIA - Suplente do ex-senador Demóstenes Torres, o empresário Wilder de Morais (DEM-GO) mal assumirá o mandato e já será convocado pela CPI do Cachoeira como testemunha para falar sobre a amizade e a ligação com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revela a coluna Panorama Político do GLOBO desta quinta-feira. Empresário e contraventor foram amigos até que sua ex-mulher, Andressa Mendonça, trocou-o pelo bicheiro. Integrantes da comissão acreditam, diz a nota, que ele pode ser uma “testemunha-bomba”.
Um dos homens mais ricos de Goiás, Wilder chegará hoje ao Senado já tendo que dar explicações sobre a omissão de boa parte de sua fortuna pessoal na declaração de bens que apresentou em 2010 à Justiça Eleitoral, como foi divulgado na quarta-feira pelo GLOBO.
Wilder, que também é secretário de Infraestrutura de Goiás e está filiado ao DEM, estará no Senado logo cedo, para uma reunião em que espera acertar com o presidente do partido, o senador Agripino Maia (DEM-RN), detalhes de sua posse. Com sua chegada, o DEM volta a ter cinco senadores.
Conversas telefônicas usadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostram que Wilder está ganhando a cadeira no Senado graças à indicação de seu antigo padrinho e ex-amigo Carlinhos Cachoeira, o bicheiro que articulou para que ele fosse escolhido suplente de Demóstenes. Em sua declaração de patrimônio de 2010, Wilder disse ter apenas 15 das 24 empresas das quais é sócio. A fortuna declarada é de R$ 14,4 milhões.
— É bom que ele se explique sobre o fato de não declarar bens à Justiça Eleitoral, para não pairar nenhuma dúvida. O novo senador já tem assunto para seu primeiro discurso no Senado — cobrou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos autores da representação que levou à cassação de Demóstenes. — Mas não acho que seja o caso de representação.
— Recebi um aviso do Wilder de que quer conversar comigo. Ele pode tomar posse a qualquer momento, até no recesso. Minha impressão sobre essa omissão de bens à Justiça é que foi uma falha sem má-fé. Não me consta que isso seja um mau comportamento. Ele saberá explicar — minimizou Agripino.
Em silêncio desde que estourou o escândalo Cachoeira, Wilder estava pronto, desde a última semana, para tomar posse. Ele foi jogado na posição jocosa de “marido traído”, por ser o ex-marido da atual mulher de Cachoeira, Andressa. A amigos, disse que não quer dinheiro, pois está “podre de rico”, mas pretende obter mais poder e se vingar do trio que o levou a ser motivo de chacota em Goiás.
Wilder não perdoa Demóstenes por ter alcovitado o namoro de Cachoeira com Andressa, mãe de seus dois filhos. A vingança se completaria com a cassação de Demóstenes, com quem ele não conversa desde o início do escândalo, em março.
— Cachoeira já está mofando na cadeia, e Andressa também está pagando seu preço. Sem a influência de Demóstenes no Tribunal de Justiça de Goiás, a cassação do pai dela foi confirmada — diz um dos amigos de Wilder, que preferiu se manter anônimo.
Com a queda do grupo de Cachoeira, o vereador por Goiatuba (GO) Lair Mendonça, pai de Andressa, teve o mandato cassado por improbidade administrativa num processo que se arrastou por quase dez anos.
Antes da separação, os dois casais — ele e Andressa, e Cachoeira e a ex, Andréia — saíam juntos para jantares e baladas. Aos amigos, Wilder conta que seu casamento começou a ficar ruim em 2010, e, em fevereiro ele saiu de casa. Em seguida, Andressa foi morar com o bicheiro.
— Ele não precisa chegar ao Senado acanhado por causa disso, não! O que importa aqui é sua atuação como homem público — disse Randolfe.
Um comentário:
Grande oportunidade de acabarmos com a aberração do cargo suplente de senador.
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