terça-feira, 31 de julho de 2012

Romney e o impasse diplomático


Em visita a Israel, republicano se refere a Jerusalém como do capital do país




Mitt Romney, em visita a Israel neste domingo
Foto: ALEX KOLOMOISKY / AFP

Mitt Romney, em visita a Israel neste domingoALEX KOLOMOISKY / AFP
JERUSALÉM - O candidato republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, causou um impasse diplomático ao dizer que os EUA e Israel têm o direito de usar “todas e qualquer medidas” para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares e, mais, disse que a missão deveria ser um “dever moral” dos americanos. Em visita a Jerusalém, o ex-governador de Massachusetts buscou se aproximar do governo israelense, tradicional e importante aliado dos EUA, afirmando ainda que considera Jerusalém a capital de Israel.
- Nenhuma opção deve ser excluída - comentou o republicano ao discursar sobre o Irã.
Em discurso, o candidato afirmou que acha “inaceitável” o desenvolvimento de armas nucleares iranianas e disse que Teerã é o governo mais desestabilizador do mundo. Romney também garantiu que os EUA reconhecem o direito de Israel de se defender e afirmou que era dever moral de Washington apoiar o Estado judeu.
- Eles querem saber quem vai impedir e quem vai fingir que não está vendo. Nós não vamos fechar os olhos e deixar de lado nossa paixão e nosso comprometimento com Israel - disse Romney, acusando Teerã de “testar as defesas morais” da comunidade internacional.
Romney chama Jerusalém de capital de Israel
Durante o discurso, Romney citou Jerusalém como capital de Israel, algo negado tanto pelo governo Obama, como pela maioria da comunidade internacional. Israel reclama o controle de toda a cidade, mas os palestinos querem que a parte oriental de Jerusalém seja a capital do futuro Estado palestino.
Ainda neste domingo, Romney se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Shimon Peres. O republicano disse a Peres que compartilhava a preocupação de Israel com o programa nuclear iraniano, dizendo que Teerã poderia representar uma ameaça ao Estado judeu. O ex-governador ainda se encontrou com o premier palestino, Salam Fayyad.
A viagem a Israel faz parte da agenda de campanha de Romney, que tem como meta mostrar habilidades diplomáticas e força política do candidato. O republicano acusa o rival Barack Obama de minar Israel e se aliar com inimigos dos de Tel Aviv. A ideia é que, ao declarar seu apoio aos israelenses, Romney consiga mais pontos na corrida contra Obama, dizem analistas.

2 comentários:

Clara disse...

O conhecimento que os americanos têm dos outros países é vergonhoso, mesmo aqueles que são aliados estratégicos, como Israel. Na verdade, isso nem arranha a possível popularidade de Romney, afinal ele está agindo exatamente com o resto da população que se acha o centro do universo.

Alberto disse...

Será que os americanos vão repetir o erro da eleição do Bushinho?