quarta-feira, 25 de julho de 2012

Memórias do Mensalão - Ricardo Noblat


Então, tá

(Comentário aqui publicado às 18h59m de 6.6.2005)
Então fica combinado assim, a julgar pelo que disse há pouco o ministro Aldo Rebelo, da Coordenação Política, durante entrevista coletiva:
* Lula é do PT. Os mais importantes ministros são do PT. O PT é o partido mais forte que existe no governo. O tesoureiro do PT foi alvo da acusação de pagar propina a deputados em troca do apoio deles ao governo. No entanto, o governo não se sente atingido pelo que disse o presidente do PTB à Folha de São Paulo. O alvo das acusações de Jefferson são os partidos.
Tá bom, entendi.
* Rebelo confirmou que em março Jefferson se reuniu com ele, o ministro do Turismo, o líder do governo na Câmara e Lula. E que fez "referências" a pagamento a parlamentares na Câmara. Mas que durante a reunião não foi feita a Jefferson nenhuma pergunta sobre o assunto. Talvez porque ele não tenha mencionado a fonte pagadora (Jefferson disse que mencionou Delúbio, sim. E que disse que ele jogara uma dinamite debaixo da cadeira de Lula).
Então, tá. O presidente de um partido aliado do governo diz ao presidente da República que o tesoureiro do seu partido está comprando o apoio de deputados. E nem o presidente, nem o ministro da Coordenação Política, nem o líder do governo na Câmara faz qualquer pergunta a ele.
* Encerrada a reunião, Lula pediu ao ministro e ao líder do governo na Câmara informações sobre os comentários do deputado. Ouviu deles que a Corregedoria da Câmara abrira investigação sobre o que Jefferson dissera, mas que ela fora arquivada por falta de confirmação. Então o assunto morreu.
Tá bom.
É verdade que em maio do ano passado Lula ouvira do governador Marconi Perillo, de Goiás, que havia um esquema de compra de deputados. Respondeu, segundo Perillo, que o esquema fora montado pelo ex-ministro Sérgio Mota no governo Fernando Henrique Cardoso. Ali, aparentemente, Lula também não deu muita bola ao assunto.
Então, tá.

Um comentário:

Alberto disse...

É melhor buscar caminhos de acusação que não passem pelo Jefferson.
A derrubada dos Paladinos do Mensalão depende de um processo baseado em investigação séria e provas bem fundadas.
Não basta sabermos que houve corrupção, suborno, formação de quadrilha...É preciso provar!!!!