Fala da presidente acontece no dia em que BC divulga que a economia ficou estagnada em maio
BRASÍLIA — No dia em que o Banco Central informou que a economia brasileira ficou estagnada em maio, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) não deve ser usado para medir o sucesso de uma “grande nação”.
Segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira pelo BC, a atividade econômica recuou 0,02% em maio. No ano, houve avanço de apenas 0,4%; nos últimos 12 meses, de 1,27%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve um avanço de 0,18% na atividade econômica. Apesar de ser negativo, o cenário é melhor do que previam os analistas. Os economistas do mercado financeiro esperavam que a retração fosse de 0,5%.— Uma grande nação tem que ser medida por aquilo que faz por suas crianças e adolescentes, e não pelo PIB — afirmou a presidente, durante a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. — Vamos disputar a economia moderna, a economia do conhecimento, aquela que agrega valor. Esse país vai ser desenvolvido quando as crianças e jovens tiverem acesso à educação de qualidade.
A 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente começou ontem e segue até sábado. Durante o encontro, será discutido um plano que prevê políticas públicas ao longo de dez anos, voltadas à proteção de menores que estão em abrigos, nas ruas e em conflito com a lei.
Setor privado e BC reduzem previsão para o PIB
Em cenário de crescimento global fraco, deslanchar a economia é uma das principais preocupações do governo. Mas, apesar dos oito pacotes de estímulo já lançados desde 2009, a atividade econômica parece não reagir. De acordo com a última pesquisa Focus do BC, os analistas dos bancos cortaram pela nona semana consecutiva sua previsão de expansão da economia, agora em 2,01%. Se a estimativa se concretizar, será o pior resultado desde 2009, quando a economia encolheu 0,33%.
O próprio BC já reduziu sua projeção para o crescimento de 3,5% para 2,5%, e o governo — que prevê oficialmente um avanço de 4,5% — sinaliza que irá, enfim, baixar sua projeção para abaixo de 3% nas próximas semanas. Segundo o IBGE, o PIB cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre do ano.
Entre os motivos listados pelos economistas para o baixo crescimento é o marasmo da atividade global, com crise em EUA e Europa e desaceleração na China, e o câmbio que favorece a importação e prejudica a indústria.
A indústria é o setor que mais preocupa o governo, que tem lançado programas de incentivo fiscal e de estímulo à produção na tentativa de impulsionar a produção. Mas os resultados têm se mostrado limitados. Em maio, por exemplo, a produção do setor caiu 0,9% frente a abril, registrando a terceira queda mensal seguida. No ano, a indústria já acumula retrocesso de 3,4%. Já o emprego na indústria recuou 1,7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2011, a oitava queda consecutiva e a mais intensa desde dezembro de 2009, auge da crise global.
2 comentários:
A opção entre desenvolvimento e bem estar é retórica de políticos. O crescimento se sustentável gera bem estar. O bem estar sem crescimento não é sustentável.
Vamos ver quanto tempo mais dura essa farra começada pelo Lula, que vem sendo responsável pela enxurrada de votos que ele vem carreando para o PT. Fundamentar a economia sobre uma demanda que, em imensa parte, é apenas sustentada pelo assistencialismo ou pela multiplicação exponencial do salário mínimo - sem haver uma contrapartida efetiva da parte da eficiência e da produtividade, de fato, vinha dando razão ao raciocínio de D. Dilma. Resta saber quanto tempo mais isto se sustentará. O alarmante aumento da inadimplência, exatamente na faixa alvo do PT, tem de estar tirando o sono de Dima & cia.Talvez aí ela venha a admitir que uma Nação pode se "merder" por um PIB em queda vertiginosa....
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