sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Direito "tradicional" dos americanos


Presidente dos EUA defende direito de posse, mas ressalta que ‘AK-47s pertencem à guerra’



Barack Obama, em discurso na Liga Urbana Nacional, em Nova Orleans
Foto: Bill Haber / AP
Barack Obama, em discurso na Liga Urbana Nacional, em Nova OrleansBILL HABER / AP
NOVA ORLEANS, Estados Unidos - O presidente americano, Barack Obama, fez um apelo nesta quarta-feira para que líderes políticos, civis e religiosos cheguem a um consenso sobre a melhor maneira de reduzir a violência armada nos EUA, após o massacre em uma sessão de cinema que deixou 12 mortos na semana passada. Apesar de não sugerir novas medidas de controle de armas, o presidente reforçou que respeita o “direito tradicional” do cidadão americano de ter uma arma, mas que “AK-47s pertencem à guerra, não às ruas”.
Na quarta-feira, o presidente visitou famílias e vítimas do ataque da semana passada. Obama também reforçou que, em seu governo, a checagem da ficha de aplicantes que querem comprar armas ficou mais rigorosa e que continuará a trabalhar com líderes civis, religiosos e políticos para achar uma solução para a redução da violência armada.- Nós reconhecemos que as tradições de propriedade de uma arma, que passam de geração em geração, são um estimado direito nacional - disse o presidente, em um discurso na Liga Urbana Nacional, um grupo que luta pelos direitos dos afro-americanos. - Mas nós também acreditamos que os donos de armas devem concordar que fuzis AK-47 pertencem às mãos de soldados, não a criminosos. Essas armas pertencem a campos de batalha, não às ruas onde estão nossos cidadãos.
- Em um dia e meio, o número de jovens que perdemos para a violência é o mesmo número de pessoas que perdemos naquele cinema - afirmou. - Vou continuar a trabalhar com membros de partidos, religiosos e grupos civis para tentar chegar um consenso sobre a redução da violência.
Discutir sobre o direito de posse de armas nos EUA é uma questão sensível e perigosa no ano em que o presidente americano busca se reeleger nas votações de novembro. Obama está sendo cuidadoso sobre o assunto, pois o direito de ter uma arma está garantido na Segunda Ementa da Constituição do país e é apoiado enfaticamente pelos republicanos.
Sobre o massacre do Colorado, o oponente de Obama nas próximas eleições e ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, afirmou, no início da semana, que “leis não teriam impedido” o ataque.

Um comentário:

Alberto disse...

Nas verdadeiras democracias os direitos de um cidadão terminam onde os direitos do outro estão ameaçados. Qual será o direito prevalente? O de possuir armas ou o de preservar a vida do ser humano.
Parece que o Obama está em dúvida.