segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cristiane Araújo de Oliveira, Gilberto Carvalho e José Antônio Toffoli









Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane Araújo de Oliveira (foto) revela que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República e que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa para conseguir material contra adversários políticos
VEJA Online
Nascida em Maceió, em uma família humilde, Christiane Araújo de Oliveira mudou-se para Brasília há pouco mais de dez anos com o objetivo de se formar em Direito. Em 2007, aceitou o convite para trabalhar no governo do Distrito Federal de um certo Durval Barbosa, delegado aposentado e corrupto contumaz que ficaria famoso, pouco depois, ao dar publicidade às cenas degradantes de recebimento de propina que levaram à cadeia o governador José Roberto Arruda e arrasaram com seu círculo de apoiadores.
Sob as ordens de Durval, Christiane se transformou num instrumento de traficâncias políticas. No ano passado, depois de VEJA mostrar a relação promíscua entre o petismo e o delegado, Christiane foi orientada a sumir da capital federal. Relatos detalhados de suas aventuras com poderosos, no entanto, já estavam em poder do Ministério Público e da Polícia Federal. Na edição que chega às bancas neste sábado, VEJA revela o teor de dois depoimentos feitos pela jovem advogada no final de 2010.
Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane revelou que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República. Ela participava de festas de embalo, viajava em aviões oficiais, aproveitava-se dos amigos e amantes influentes para obter favores em benefício da quadrilha chefiada por Durval, que desviou mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Ela também contou como o governo federal usou de sua proximidade com essa máfia para conseguir material que incriminaria adversários políticos.
A advogada relatou que manteve um relacionamento com o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, quando ele ocupava cargo de advogado-geral da União no governo Lula. Os encontros, segundo ela, ocorriam em um apartamento onde Durval armazenava caixas de dinheiro usado para comprar políticos – e onde ele eventualmente registrava imagens dessas (e de outras) transações.
Christiane afirma que em um dos encontros entregou a Toffoli gravações do acervo de Durval Barbosa. A amostra, que Durval queria fazer chegar ao governo do PT, era uma forma de demonstrar sua capacidade de deflagrar um escândalo capaz de varrer a oposição em Brasília nas eleições de 2010. Ela também teria voado a bordo de um jato oficial do governo, por cortesia do atual ministro do STF, que na época era chefe da Advocacia Geral da União (AGU).
Por escrito, Dias Toffoli negou todas as acusações. “Nunca recebi da Dra. Christiane Araújo fitas gravadas relativas ao escândalo ocorrido no governo do Distrito Federal.” O ministro disse ainda que nunca frequentou o apartamento citado por ela ou solicitou avião oficial para servi-la. Como chefe da AGU, só a teria recebido uma única vez em seu gabinete, em audiência formal.
Nas gravações, Christiane relatou ainda que tem uma amizade íntima com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. No governo passado, quando Carvalho ocupava o cargo de chefe de gabinete de Lula, ela pediu a interferência do ministro para nomear o procurador Leonardo Bandarra como chefe do Ministério Público do Distrito Federal. O pedido foi atendido. Bandarra, descobriu-se depois, era também um ativo membro da máfia brasiliense – e hoje responde a cinco ações na Justiça, depois de ter sido exonerado.

6 comentários:

Alberto disse...

Porque o articulista insiste em chamar a Cristiane de advogada? Antigamente esta atividade tinha outro nome.

João Sá disse...

Cada dia fica mais claro a podridão do esquema que tirou arruda do governo,o PT se uniu aos bandidos

Alberto disse...

O João botou o dedo na ferida.
A adesão ao banditismo ficou evidente no assassinato, ainda não apurado, do Celso Daniel. O sumiço dado em participantes e testemunhas é da escola mafiosa de mais baixa categoria.

Cristina Benevides disse...

PAI PASTOR ELÓI FERREIRA QUE AJEITOU TUDO PARA A FILHA.

Anônimo disse...

O Poder Executivo e Legislativo estão acima de qualquer suspeita, não consigo acreditar que nossos governantes sejam desonestos.
FHC, LULA, DILMA e até o COLLOR que, está incluído aqui porque pagou dez mil penitências, são gente fina elegante e sincera.

Anônimo disse...

Muito bem...Sempre foi assim,quanto maior a patente o consumo a podridão é luxo.No que já li essa e outras reportagens e até aquelas que a imprensa não fica sabendo,advogadas,administradoras e etc...tem seu passado com prostituição.Fazer o que?Isso é Brasil.Deixa a mulherada dar,alem de ser delas,quando morrer vai estragar mesmo.