RIO — Primeiras-damas são alvos fáceis da mídia e, frequentemente, de críticas duras. Esse, no entanto, não parece ser o caso de Michelle Obama. Tão carismática quanto o marido, Michelle ganhou força no cenário americano com sua campanha contra a obesidade infantil, a “Let's Move”. Em dois anos, os resultados são impressionantes: hoje, 80% dos americanos veem o tema como um problema sério, segundo pesquisa do Instituto Pew, e as três maiores empresas que fornecem comida para escolas se comprometeram a diminuir significativamente os níveis de gordura em seus cardápios. Cada vez mais atuante na política, Michelle conseguiu se sobressair no que parecia ser um papel segundário e se tornou umas das figuras centrais da campanha pela reeleição do marido, Barack Obama.
E, se para chamar atenção e ajudar o marido for preciso fazer reflexões e gincanas na TV nacional, ou ainda convencer famosos (como o apresentador Jay Leno) a comer verduras e participar de reality shows culinários, Michelle está topando. Ela venceu a apresentadora Ellen DeGeneres num desafio ao completar 25 flexões. Com o humorista Jimmy Fallon foi além: nos recintos da Casa Branca, disputou cabo de guerra, corrida de saco, jogou queimado e brincou de bambolê, em situações pouco comuns se comparadas à discrição de suas antecesoras.Se no início do mandato tinha uma participação mais discreta, Michelle agora está cada vez mais envolvida na campanha, com a agenda cheia de eventos para arrecadar fundos para os democratas. Em janeiro, assessores criaram uma conta no Twitter para a primeira-dama. Em pouco mais de um mês, Michelle já reuniu quase 598 mil seguidores. Há algumas semanas, visitou o quartel-general da campanha, em Chicago. Em entrevista ao “New York Times”, o estrategista David Axelrod disse que a equipe ficou extasiada depois da visita da primeira-dama “porque ficou claro o quanto ela está envolvida”.
Figura cada vez mais frequente em programas de TV e jornais, a primeira-dama aproveita a agenda do “Let's Move” para falar bem de Obama. No aniversário de dois anos da campanha, na semana passada, ela fez um tour nacional de três dias pelos estados de Iowa, Arkansas, Texas e Flórida, territórios cruciais para a campanha presidencial de novembro próximo.
— Eu sei que estamos juntos e vamos trabalhar, vamos eleger o presidente que nosso país merece — disse ela recentemente a simpatizantes de Obama.
A primeira-dama, no entanto, foi clara com os organizadores da campanha: ela vai ajudar o marido, mas não quer que comícios e aparições públicas atrapalhem suas obrigações familiares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário