quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cuidado: Eles podem voltar


RIO - Os representantes dos clubes militares das Forças Armadas deixaram claro na última quinta-feira que estão incomodados com o posicionamento de ministros do governo Dilma Rousseff quando o assunto é a ditadura militar. Em nota assinada por representantes de reservistas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, os militares "expressam a preocupação com as manifestações de auxiliares da Presidente sem que ela, como a mandatária maior da nação, venha a público expressar desacordo.

O documento também faz críticas ao conjunto de resoluções políticas aprovado por ocasião dos 32 anos do PT . Segundo os militares, o item que diz que o PT estará empenhado junto com a sociedade no resgate da memória da luta pela democracia durante o período da ditadura militar "é uma falácia, posto que quando de sua criação o governo já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros partidos políticos, encerrando o bi-partidarismo".Os clubes citam três epísódios que justificariam a opinião de que o governo Dilma estaria se afastando do compromisso assumido durante a posse - o de que governaria para todos os brasileiros, "respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política", como relembra a nota. Além de uma entrevista da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, ao jornal Correio Brasiliense, o documento critica o discurso de posse da nova ministra da Secretaria de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci - considerado muito crítico ao regime militar. Diz a nota: "... teceu críticas exarcebadas aos governos militares e, se auto-elogiando, ressaltou o fato de ter lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que homenageava os companheiros que tombaram na refrega. A platéia aplaudiu a fala, incluindo a Sra Presidente. Ora, todos sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra Eleonora conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a democracia".


2 comentários:

Alberto disse...

As Forças Armadas existem para garantir a soberania de uma nação quando ameaçada por agressores externos. A intervenção militar para solucionar conflitos internos no Brasil datam da consolidação, após a Independência da Nação, quando movimentos secessionistas ameaçavam dividir o pais. As guerras fratricidas de custo altíssimo em vidas indicavam que no futuro as disputas internas deveriam estar restritas à arena da política.
Esta dolorosa lição, aprendida inclusive pelos EEUU após a carnificina da década de 1860,foi esquecida pelos políticos incompetentes do final do século XIX que se esconderam atrás dos militares para proclamar a República. O golpe de 1889 imposto por uma minoria de brasileiros, abriu a Caixa de Pandora passando o Poder Moderador das mãos do Imperador para as do Exército (a Marinha não participou do golpe).
As intervenções pontuais do novo poder moderador ao longo do século XX contribuiram decisivamente para o atrofiamento da atividade política brasileira.
Em 1964 nossos políticos, mais uma vez incapazes de resolver os problemas brasileiros convocam o Exército para reviver o golpe de 1889.
A Segunda Proclamação da República teve um efeito mais devastador. A estrutura política era tão incompetente e débil que a democracia foi varrida para baixo do tapete e o Exército reinou até que uma eleição indireta reconduziu os velhos políticos ao Poder.
Na situação atual vemos outra vez as instituições políticas debilitadas e corrompidas pondo em risco nossa democracia nanica.
Não acredito na reedição de golpes antigos.
O golpe moderno acena com a possibilidade de uma intervenção do Exército para justificar o cerceamento de liberdades como a de imprensa, a de processar políticos por atos criminosos, a de controlar as despesas do Estado, das estatais, das ONGs palacianas etc.
O problema encontrado pelos golpistas é a nexistência de um tapete adequado para cobrir tudo que querem esconder.

A. Rochambeau disse...

O maior exemplo da incarnação de político e militar foi o "Petit Caporal", nascido na Córsega e apaziguador da Revolução Francesa antes de partir para conquistar a Europa.