sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cinco contra Vitor - Regina Eleutério

De um lado, a extrema covardia de cinco jovens que, por pura diversão, escolhem espancar um mendigo na Ilha do Governador. No extremo oposto, a coragem do estudante Vitor Suarez Araújo, que decide intervir em favor do morador de rua e, como se seu gesto ressaltasse ainda mais a loucura da cena, transforma-se, imediatamente, em alvo dos agressores. Hospitalizado, passou por uma cirurgia de reconstituição facial com implante de oito placas de titânio e 63 parafusos. 

Sua atitude revela o que há de melhor no ser humano: a capacidade de ser solidário, de respeitar o outro, seja ele quem for, de se indignar diante de injustiças. Parece simples, mas é mais do que estamos acostumados a ver na enxurrada de notícias de todos os dias. 

Já a brutalidade dos cinco jovens é tão inexplicável - e tão perigosa pelo que representa - que deveria ser tratada como uma questão de saúde pública. Não sei se receberam a educação devida, comentário mais frequente nas redes sociais. Não conheço seus pais, não posso julgá-los. Mas o desvio é tão grave que não pode ser atribuído, apenas, às suas famílias. É preciso incluir toda a sociedade nessa conta. 

Tamanha barbaridade, como qualquer doença grave, exige combate urgente. No caso, uma punição exemplar, compatível com os danos e com a virulência do ataque. A impunidade não é uma opção: seria estimular novas agressões. Mas, como comprova a erradicação de diferentes doenças, a vacina ainda é o melhor remédio. 

Antes que me perguntem, não tenho solução pronta. Quem tiver, por favor, informe, compartilhe, implemente. Só sei que não dá para silenciar diante de tal truculência. E, se a prevenção é fundamental, talvez seja necessário que as escolas, além das noções de saúde e higiene, também ensinem o respeito ao outro e às diferenças, discutam a ética, a solidariedade, destaquem valores que formem pessoas melhores. Se a educação e a saúde não podem ser questões restritas ao âmbito familiar - por afetarem a sociedade - também a formação do caráter de crianças e jovens deveria ser preocupação de todos. 

Um comentário:

Licurgo disse...

As boas práticas profiláticas incluem o isolamento do vírus e sua eliminação com os medicamentos adequados.