domingo, 3 de fevereiro de 2013

PSDB nega, mas PMDB contabiliza votos da maioria dos senadores tucanos



  • Tucanos ganham 1ª secretaria da Mesa Diretora após eleição fácil de Renan Calheiros
BRASÍLIA — Apesar de o PSDB ter anunciado apoio à candidatura de Pedro Taques (PDT-MT) à presidência do Senado, o senador tucano Flexa Ribeiro (PA) foi eleito nesta sexta-feira, por acordo e com facilidade, para a 1ª Secretaria da Mesa Diretora. O grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) chegou a ameaçar tirar a vaga do PSDB, mas após contabilidade dos votos secretos dos 78 senadores, peemedebistas afirmavam, nos bastidores, que a ameaça não foi cumprida porque a maior parte da bancada de 11 senadores do PSDB teria votado em Renan.
A aposta era que seis ou sete tucanos votaram em Renan, o que foi negado pelo PSDB. O líder tucano, Álvaro Dias (PR), negou que tenha havido acordo de olho no cargo, que funciona como uma prefeitura do Senado e movimenta milhões em contratos de administração:
— Por mim a gente abria mão desse cargo.
Assim como Renan, o novo 1º secretário do Senado também está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR). A investigação é sobre contratos assinados nos anos de 2000 e 2001 entre a empresa Engeplan Engenharia e Planejamento, do qual Flexa Ribeiro foi sócio declarado até 22 de dezembro de 2004, e o governo do Pará, administrado, à época, pelo PSDB.
Em 9 de fevereiro de 2011, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu pedido da PGR para que o governo do Pará encaminhe cópias dos comprovantes de pagamentos, notas de empenho e notas fiscais referentes a contratos assinados pela ex-empresa de Flexa Ribeiro.
A assessoria do senador informou que a denúncia partiu do PMDB durante eleições de 2002 e que ele já apresentou documentos que comprovariam a inexistência de ilícitos.
Na edição de sexta-feira, o GLOBO informou que desde 2009 o senador paga mensalmente R$ 1.708 a título de aluguel à Engeplan. A assessoria do senador disse que ele não é mais sócio da empresa e que a sala alugada serve como escritório político. Mas, na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral em 2010, o senador informou que tem R$ 7,7 milhões em “crédito decorrente de alienação” da empresa.
Os outros eleitos ontem, por consenso, foram: Jorge Viana (PT-AC) na 1ª vice-presidência; Romero Jucá (PMDB-RR) na 2ª vice-presidência; Ângela Portela (PT-RR) na 2ª secretaria; e João Vicente Claudino (PTB-PI) na 4ª Secretaria.


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