sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Carnaval, o Meio Ambiente e os Cariôcos - Alberto del Castillo



Nossa cidade maravilhosa apresenta cenários deslumbrantes e de uma variedade surpreendente.
Meu comentário será dedicado a uma região onde vivi quase toda minha vida. Nasci na Barata Ribeiro em Copacabana, morei na Rua Redentor em Ipanema e na Rua General Urquiza no Leblon.
Um bom observador notará que Ipanema e Leblon são o queijo e o presunto do misto quente montado entre o mar e a lagoa. No passado esta região se parecia muito com a Restinga de Marambaia. Os cordões arenosos encontrados em nosso litoral ocupam aproximadamente 79% de nossa costa com a extensão de 5000km e possuem vegetação característica protegida por leis ambientais. Este mesmo bom observador verá que o comprimento é muitas vezes superior à largura neste acidente geográfico.
Peço perdão pela abundância de detalhes aqui apresentados, mas além de me dirigir às pessoas sensatas, maioria dos cariocas, me dirijo também aos cariôcos, espécie predominante na administração do Rio.
A disposição desta região é um desafio enorme para a viabilização de um transito sem sobressaltos que afetem a sanidade mental dos motoristas.
Os cientistas do SET-Rio devem saber que os piores congestionamentos se dão nas vias longitudinais, pois as transversais são muito curtas.
Corte para o Carnaval 2013.
No início das obras do metrô, que imobilizam Ipanema e Leblon, as autoridades interditaram as longitudinais Delfim Moreira, Vieira Souto, Visconde de Pirajá, Ataulfo de Paiva, Prudente de Morais, San Martin e outras a serem escolhidas para a passagem de blocos de Carnaval.
Evitando mal entendidos me declaro fã incondicional do Carnaval sendo veterano de desfiles na Mangueira e na Caprichosos de Pilares.
O mínimo que se esperava num momento em que o bem estar da comunidade está no fundo do poço para atender a obras necessárias, apesar de atrasadas e mal planejadas, era que os blocos fossem para locais afastados ou suspendessem os desfiles, pois o bem comum assim o exigia.
Nos dias de hoje o bem comum está tão longe da preocupação dos cariôcos que o desfile de blocos é permitido ao passo que o estacionamento de um mísero caminhão de mudanças na Ataulfo de Paiva é negado (fato real)!
A discussão de problemas por pessoas civilizadas devem ser acompanhadas da discussão de possíveis soluções.
Tradicionalmente os vilões apontados são o baixo nível de educação e a burocracia excessiva. Estas alternativas são válidas, mas no Brasil a solução alternativa preferida por todos é a promulgação de uma Lei que resolva o problema num passe de mágica.
Não querendo esperar as soluções primeiras sugiro a promulgação de uma Lei de Proteção ao Meio Ambiente que acrescente aos vegetais os seres humanos como espécie ameaçada de extinção nas restingas.

Um comentário:

Alberto disse...

Desculpe a nossa falha. O certo é CET-Rio (Cia de Engenharia de Tráfego) e não SET-Rio (Serviço de Engenharia de Tráfego)