domingo, 17 de fevereiro de 2013

Partido de Marina Silva não exigirá ficha limpa para filiado






  • Exigência impediria filiação de lideranças de movimentos sociais; mas critério não vale para dirigentes e candidatos


Marina Silva discursa durante evento para a criação de um novo partido.
Foto: Givaldo Barbosa / O Globo

Marina Silva discursa durante evento para a criação de um novo partido. Givaldo Barbosa / O Globo
BRASÍLIA - No primeiro grande encontro de simpatizantes, a ex-senadora Marina Silva reúne neste sábado em Brasília cerca de 1,5 mil "marineiros". Está definido que o partido que seu grupo político pretende criar se chamará Rede e Sustentabilidade. Ainda começarão as coletas de assinaturas e, para ser criado ainda este ano e ter condições de disputar as eleições de 2014, será necessário atingir adesão de quase 500 mil pessoas. Batizado de Encontro Nacional de Rede Pró-Partido, o evento reúne também parlamentares de outras legendas que irão filiar-se ao partido de Marina. Entre eles, os deputados Domingos Dutra (PT-SP) e Walter Feldmann (PSDB-SP). Alfredo Sirkis (PV-RJ) não compareceu, enviou uma mensagem e é dada como certa sua filiação, quando a legenda estiver de fato criada.
No encontro, Marina Silva disse que é preciso ter posição, mas que não é nem oposição nem situação em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff. Marina, em seguida, foi muito aplaudida ao dizer que foi contra a posição do governo no caso do Código Florestal.
- Se a presidente estiver fazendo algo de bom para o país, para o Brasil, nossa posição é favorável. Se estiver contra o Código, nossa posição é contrária - disse Marina, sob aplausos.
Marina disse ainda que o novo partido não deve ter "comportamento de manada", que o movimento deve ser maior do que a nova sigla e que não se pode ser ingênuo de apenas acreditar que haverá mudanças.
Numa conversa com os presentes, a ex-senadora disse que não se trata apenas de mais um partido cujo objetivo seja participar apenas de eleições.
- Não pode ser um partido apenas para disputar eleição. Estamos disputando uma nova visão de mundo. É sermos protagonistas, não apenas espectadores da política - disse Marina, que afirmou existir uma crise na civilização.
- Hoje se vive uma crise civilizacional. Há uma crise não só econômica, mas social, ambiental. Se devasta para se obter maiores lucros, de poucos. Essa crise separou ecologia da economia e a ética da política... Há um desconforto com tudo que está acontecendo no Brasil. Por isso estamos reunidos, nesse processo de auto-convocação. As pessoas estão aqui por desejo próprio, pagaram suas despesas, não foram convocados por ninguém. Não há Messias. Esse grupo está aqui porque quis - completou Marina Silva.
Um dos fundadores do PSDB, Walter Feldmann disse que encerrou seu ciclo no partido, com quem teve algumas desavenças ao longo dos anos.
- Encerrou um ciclo. A vida é assim. É um momento meu, e houve compreensão do PSDB. Chegou a hora - disse Feldmann.
O estatuto do partido a ser criado prevê uma grande reavaliação da atuação da legenda dez anos após sua criação. Se o entendimento é que sua tarefa se esgotou, a legenda pode deixar de existir.
Walter Feldmann, Domingos Dutra e outros políticos foram citados e bastante aplaudidos no evento. Foram anunciados como fundadores do partido a ser criado.


  

Um comentário:

Alberto disse...

A mania de grandeza brasileira faz com que mais partidos e mais leis sejam criadas na doce ilusão que resolverão os problemas políticos e sociais