domingo, 13 de janeiro de 2013

Posse de Obama terá poeta gay de origem cubana




O americano de origem cubana Richard Blanco é o poeta escolhido para a posse de Barack Obama, que terá como tema “Nosso povo, nosso futuro”. Blanco lerá um poema original para a cerimônia na escadaria do Capitólio, no próximo dia 21 — um dia após o juramento oficial, que será na Casa Branca, como exige a Constituição. Segundo Addie Whisenant, porta-voz do comitê da cerimônia, Blanco foi escolhido porque “seus poemas profundamente pessoais são enraizados na ideia do que significa ser americano”. A tradição de ter um poeta na posse foi começada por J. F. Kennedy e retomada por Bill Clinton e Obama — que em seu primeiro mandato escolheu Elizabeth Alexander. 

Aos 44 anos, Blanco é filho de exilados cubanos, nascido na Espanha e criado em Miami e, antes de escrever, foi engenheiro civil — uma das três opções que sua família lhe dera para ser alguém na vida, ao lado de médico e advogado. Após duas coletâneas de poemas sobre a origem cubana, Blanco publicou em 2012 um livro sobre sua vida de homossexual em meio a uma cultura cubana conservadora. 

Ao “New York Times”, o poeta disse sentir uma “conexão espiritual” com Obama: 

— Desde o começo da campanha, me identifiquei com sua história de vida e o modo como ele fala de sua família, e, claro, com sua origem multicultural — disse Blanco ao jornal, por telefone, do vilarejo rural de Bethel, em Maine, onde vive com seu companheiro. — Sinto de algum modo que quando estou escrevendo sobre minha família, estou escrevendo sobre ele. 

Blanco disse que, na posse, tem o desafio de se manter íntimo e ao mesmo tempo atingir a multiplicidade dos Estados Unidos, e que quer escrever sobre o “sentido do sal da terra dos americanos, de trabalho duro, o espírito que depois de 200 anos ainda está aí”. 

Apesar de Blanco representar dois importantes grupos de apoio à reeleição de Obama — latinos e gays —, a jornalista de origem cubana Liz Balmaseda, que conheceu Blanco em meados dos anos 1990, quando ele despontava como poeta e ela assinava uma coluna no “Miami Herald”, acredita que ele foi escolhido “porque sua América é bem similar à do presidente”: 

— Não é preciso estar no exílio, ser latino ou gay para captar a nostalgia na poesia de Richard — disse ela ao “New York Times”. 

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