quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Assume uma versão ‘radical’ de Obama (Editorial)



O Globo

Em seu segundo mandato, o presidente Barack Obama ganha maior liberdade de ação. Ele pode ser mais assertivo — e o foi, no discurso de posse —, porque não mais disputará cargo eletivo.
Mas o tempo corre contra ele. A rigor, tem dois anos para avançar e inscrever o nome na História como um grande presidente — o primeiro negro a ocupar o cargo. Em novembro de 2014 ocorrerão as eleições de meio de mandato, para renovar a Câmara de Representantes e um terço do Senado, além de governos estaduais.
Uma recuperação no Senado dos republicanos, que já controlam a Câmara, tornaria torturante os dois últimos anos de Obama e ameaçaria seu legado.
Diante de uma nação em que transcorre duro choque político-partidário, o presidente enfatizou a necessidade de união dos americanos. Mas deixou claro que não pretende tolerar o impasse no Congresso que marcou seu primeiro mandato. Mas precisa combinar com o eleitorado de 2014.
Sua primeira eleição elevou de tal modo as expectativas dos americanos que se apequenaram os feitos obtidos no primeiro mandato. Entre eles, o fato de ter evitado que os EUA caíssem na segunda grande depressão.
O surgimento do Tea Party empurrou os republicanos de tal forma para o confronto que o sonho da política “acima dos partidos” logo se revelou uma quimera. Obama se encolheu e perdeu boa parte do encanto que despertara.
Mas venceu grande batalha: a reforma do sistema de saúde pública, que garantiu assistência médica a milhões de americanos. Esse compromisso com os menos favorecidos foi decisivo para a reeleição, combinado com alterações demográficas que revelaram expansão de setores da população que tradicionalmente votam nos democratas: imigrantes, com destaque para os hispânicos, negros e pobres.

Um comentário:

Alberto disse...

O presidente está atacando simultaneamente problemas defendidos ferrenhamente pelos conservadores.
A ampliação da assistência médica subvencionada, a distribuição equitativa dos impostos pelas classes sociais e a oposição ao tabu da posse de armas ser um pré-requisito para a liberdade de expressão, fazem com que Obama seja o maior criador de vespas desde os tempos de Lincoln.
Vamos torcer para não haver uma nova guerra de secessão.