sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A volta dos que não foram, por Murillo de Aragão




Nos últimos tempos, macaqueando uma matéria da The Economist que apontou o ressurgimento do intervencionismo estatal no Brasil, alguns passaram a acusar o governo Dilma de adotar posturas voluntaristas e autoritárias no campo econômico.
A revista publicou na edição de 21 de janeiro de 2012 uma matéria especial com o título “The visible hand”, onde informa que a crise do capitalismo liberal ocidental coincidiu com a ascensão de uma poderosa forma de capitalismo de Estado nos mercados emergentes.
No caso do Brasil a matéria cita que o País vive uma fase de intervencionismo insensato e cita exemplos da Petrobras e da Vale.
Não me surpreende o nível das observações, já que a crítica econômica anda rasteira por conta de um evidenciado partidarismo. Melhor: a mais contundente oposição ao governo tem sido feita pela imprensa. Assim sendo, o discurso crítico é um discurso de oposição e não de reflexão.
Tendo acusado de rasteiro o discurso da oposição econômica, cabe agora explicar por quê. Não é difícil. Vamos lá.
Comecemos pela constatação de que a crítica parte da imprensa e não de partidos e políticos, pelo simples fato de que a maioria esmagadora dos políticos brasileiros adora, justamente, o voluntarismo, o intervencionismo, a estatização.
Todos esses aspectos repercutem e ampliam o poder do governo e de políticos sobre a política e a sociedade. São mecanismos de poder, quer dizer, de exercício e perpetuação de poder. Não houve neoliberalismo relevante no Brasil, salvo lampejos na era FHC que culminaram com a quebra do país em 1998.

Um comentário:

Alberto disse...

Existe um certo voluntarismo crítico na afirmação que o país quebrou em 1998. Tivemos uma crisa econômica enfrentada com medidas normais nos mercados financeiros.
Quebra verdadeira ocorreu no governo do "Estadista Sarney" quando o Brasil ficou inadimplente ao suspender o pagamento de sua dívida.
O "dilema de sofia" do governo é pretender intervir na economia ao mesmo tempo que exige que o mercado amplie seus investimentos.