sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Após denúncias, Henrique Alves recebe apoio de deputados do Rio


‘É algo que me parece muito mais uma disputa do processo eleitoral interno’, disse Cabral

  • Parlamentares se reuniram em um almoço com candidato à presidência da Câmara


O candidato do PMDB à Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, veio ao Rio para se reunir com a bancada fluminense. Na foto, ele aparece ao lado do governador Sérgio Cabral
Foto: Felipe Hanower / O Globo
O candidato do PMDB à Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, veio ao Rio para se reunir com a bancada fluminense. Na foto, ele aparece ao lado do governador Sérgio Cabral Felipe Hanower / O Globo
RIO - Em meio a denúncias envolvendo seu nome, o líder do PMDB na Câmara e candidato à presidência da Casa, Henrique Eduardo Alves, esteve no Rio nesta quinta-feira, onde recebeu apoio de deputados da bancada fluminense durante almoço em uma churrascaria na Zona Sul. Ao chegar ao evento, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), defendeu o colega de partido e ressaltou seu apoio à candidatura de Alves.

Alves é o favorito para presidir a Câmara, sendo o indicado pelo PMDB a partir de acordo revezamento com o PT, que está na presidência da Casa com o deputado Marco Maia (RS).- Pelo que eu li, é algo que me parece muito mais uma disputa do processo eleitoral interno e ele (Alves), me parece que tem se posicionado muito bem - disse Cabral, que chegou junto com o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo"mostrou que emendas parlamentares de Alves beneficiaram a empresa da qual é sócio Aluizio Dutra de Almeida, tesoureiro do partido no Rio Grande do Norte e então assessor do deputado na Câmara desde 1998. Almeida pediu exoneração do cargo após o episódio. Além de Cabral, outros peemedebistas e aliados deram declarações de apoio a Alves.
Perguntado se o episódio foi um erro, Alves respondeu que este é um questionamento natural:
- Ele é meu assessor há 13 anos, estava fora da empresa e realizou comigo um bom trabalho. Ele mesmo percebeu que estava gerando distorções políticas, um embaraço. Ele saiu, vou nomear outro, virou a página.
Não pode continuar essa humilhação por emendas, diz Alves
O encontro da bancada fluminense com Alves aconteceu em um espaço reservado na churrascaria, ao qual a imprensa não teve acesso. Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, discursaram antes de Alves. Segundo participantes do almoço, o candidato do PMDB à Câmara exaltou no discurso o Poder Legislativo, afirmando que todos os que estão na Casa chegaram ali porque passaram pelo crivo do voto popular, ao contrário do que acontece com alguns membros do Executivo, como ministros, e do Judiciário, que são nomeados.
O peemedebista defende temas que o colocam em contraposição com o Executivo, como chamado Orçamento impositivo. Atualmente, o Orçamento da União tem caráter autorizativo - ou seja, o governo não é obrigado a seguir a lei aprovada pelos congressistas e tem apenas a obrigação de não ultrapassar o teto de gastos com os programas constantes na lei. O Orçamento autorizativo obriga o presidente da República a cumprir o Orçamento aprovado pelo Congresso sem mudanças e sem contingenciamento de recursos.
Desta forma, o Executivo também seria obrigado a pagar as emendas individuais, geralmente o primeiro alvo dos cortes em contingenciamentos. Alves prometeu no discurso trabalhar para acelerar a tramitação de três Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que tratam sobre o tema:
- Não é uma questão de arroubo, de confronto (com o Executivo). De uma maneira responsável, vamos dialogar com o governo, nada que comprometa o Orçamento da União. Não pode continuar essa humilhação ao parlamentar de ficar a conta-gotas daquilo que é direito dele, que é a emenda individual – disse Alves, afirmando que a questão das emendas individuais são um compromisso de sua candidatura.
Pela primeira vez, Cabral fala do apoio a Cunha
Na chegada, o governador Sérgio Cabral falou pela primeira vez sobre seu apoio à candidatura de Eduardo Cunha à liderança do PMDB na Câmara.
- Por mais que do ponto de vista político não tenhamos uma convivência mais próxima, nós temos respeito um pelo outro - disse Cabral, afirmando que Cunha sempre ajudou quando foi demandado para alguma questão de interesse do Rio.
Cabral e Cunha não são do mesmo grupo dentro do partido, segundo peemedebistas. A aproximação aconteceu há poucos meses e resultou no apoio do governador e do prefeito Eduardo Paes à candidatura de Cunha.
- O deputado Eduardo Cunha tem experiência. Com todo respeito a um goiano e a um gaúcho, eu apoio um carioca - declarou o governador, referindo-se a Sandro Mabel (GO) e Osmar Terra (RS), que concorrem com Cunha.
O almoço contou com 22 dos 46 deputados da bancada fluminense e outros três suplentes, além de lideranças de partidos da base aliada. Segundo os organizadores do evento, cada um teve que desembolsar R$ 150 para pagar o almoço na churrascaria.


Um comentário:

Alberto disse...

O preço parece razoável para remunerar a sede de encontro de tamanho alcance político, ainda mais se considerarmos que os comes e bebes estavam incluídos.