Presidente e governador Chris Christie sobrevoaram as áreas mais danificadas
NOVA JERSEY, EUA — Dois dias depois da passagem da supertempestade Sandy pelo estado, o presidente dos EUA, Barack Obama, está visitando Nova Jersey, para o levantamento da devastação. Obama e o governador republicano Chris Christie sobrevoaram as áreas mais danificadas de Nova Jersey, onde Sandy tocou terra na segunda-feira e provocou uma grande devastação. O presidente - que desde segunda-feira não participa de comícios e eventos - também aproveitará para agradecer às equipes de emergência. A tempestade matou pelo menos 50 pessoas em todo os EUA e milhões ainda estão sem energia. Os estados de Nova York e Nova Jersey foram os mais afetados pela passagem de Sandy.
- Queria vocês soubessem que o governador está fazendo horas-extras - disse Obama para as pessoas que se refugiaram no centro.Em visita ao Centro Comunitário Brigantine Beach, Obama elogiou Christie por seus esforços em resposta à tempestade.
O elogio foi prontamente retribuído:
- Estamos trabalhando juntos. É importante que o presidente dos EUA esteja aqui. Obrigado.
Após ter inspecionado os danos causados na costa de Nova Jersey, Obama prometeu às vítimas de Sandy que o governo federal irá fornecer ajuda “a longo prazo”.
- Nós não iremos tolerar nenhuma burocracia. Vamos garantir que vocês obtenham ajuda o mais rápido possível - acrescentou.
Um dos maiores críticos de Mitt Romney dentro do partido republicano, o governador de Nova Jersey desfiou elogios a Obama e à Fema na terça-feira em todos os canais de TV e destacou ter recebido da Casa Branca toda a ajuda solicitada. Obama, garantiu, foi “excepcional” na coordenação. O presidente teria se oferecido para visitar Nova York, mas o prefeito Michael Bloomberg declinou a proposta, alegando que autoridades locais estão muito ocupadas com a recuperação da cidade.
O avião presidencial, no qual também viajaram o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, e o diretor Defesa Civil Federal, a Fema, Craig Fugate, aterrissou no aeroporto de Atlantic City por volta das 13h (horário local).
Campanha discreta de Romney
Romney participou nesta quarta-feira de três comícios na Flórida, estado que passou ao largo da onda de devastação causada pela tempestade. O republicano abriu o primeiro evento pedindo donativos às vítimas e com um pedido de unidade nacional. Sem menções diretas ao presidente, disse que o país se unirá novamente na próxima quarta-feira, o dia seguinte à eleição, e prometeu trazer “mudança real” para os EUA.
- Não só falo sobre mudança, eu, de fato, tenho um plano para executá-la e fazer com que ela aconteça - disse.
Ainda assim, o ato de campanha teve visual mais sóbrio. No lugar de cartazes com palavras de ordem como “Não podemos suportar mais quatro anos” ou “Recuperação real”, apenas duas bandeiras do país. O vídeo com a biografia de Romney foi substituído por informações sobre como fazer doações à Cruz Vermelha.
Romney se viu ainda obrigado a divulgar uma nota de apoio à Fema, a agência federal de prevenção e combate de emergências, dizendo que ela tem um papel-chave para a resposta a desastres naturais. Durante um debate do Partido Republicano no ano passado, ele havia afirmado que preferia uma atuação descentralizada,a cargo dos estados e do setor privado, um discurso que se tornou alvo de críticas no momento em que os americanos da Costa Leste contam com a ajuda do governo para voltar à normalidade. “Como presidente, vou assegurar que a Fema tenha os recursos necessários”, disse em nota.
Estados tentam voltar à normalidade
Nesta quarta-feira, Sandy continuava perdendo força, e algumas empresas e serviços reabriram após um fechamento forçado de dois dias. O transporte de barcas de Manhattan para Nova Jersey foi retomado nesta manhã. Em Nova York, a Bolsa de Valores e alguns aeroportos também voltaram a funcionar. Os ônibus já estão circulando de graça e os serviços de metrô devem ser retomados parcialmente na quinta-feira, segundo o governador Andrew Cuomo.
Bloomberg determinou nesta quarta-feira que os carros devem ter três pessoas antes de entrar em Manhattan.
- As ruas só podem lidar com isso - disse o prefeito em coletiva de imprensa.
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