terça-feira, 27 de novembro de 2012

Felipão na Seleção ?


Diretor de seleções conta que treinador "já estaria apalavrado' para assumir lugar de Mano




Andrés Sanchez estaria de saída da CBF
Foto: Michel Filho / O Globo

Andrés Sanchez estaria de saída da CBFMICHEL FILHO / O GLOBO

RIO - No mesmo dia em que o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, foi detido pela Polícia Federal e teve computadores da sua casa apreendidos, o diretor de seleções da entidade, Andrés Sanchez, deixou claro que está de saída do cargo. Em visita à Soccerex, feira internacional de negócios de futebol, no Rio, Sanchez informou que voltará a São Paulo nesta tarde, para uma reunião do Conselho do Corinthians, mas que voltará ao Rio na terça e irá à CBF para conversar com o presidente José Maria Marin.
- Eu vou estar lá (na sede da CBF), a única dúvida é se eles (Marin e o vice-presidente Marco Polo del Nero) vão estar, porque estou morando no Rio. Mas vou ter uma conversa amanhã ou depois com o presidente para acertar os ponteiros. A tendência todos sabem qual é, nessa linha (a saída dele da CBF). Depois de tudo o que aconteceu na sexta, eu não fiquei contente, e deixei isso claro na minha entrevista - disse o dirigente, responsável por informar Mano Menezes de sua demissão e revelar o fato à imprensa na sexta-feira passada.
Na ocasião, Sanchez dizia ter sido voto vencido, porque não concordava com a saída de Mano. Hoje ele contou que usou a expressão errada. Na verdade ele não participou da discussão, apenas foi comunicado da demissão de Mano.
- As coisas estavam sendo discutidas antes, mas eu tinha que saber junto com todo mundo. Cheguei lá (na Federação Paulista de Futebol, na sexta) e me foi dito que o treinador teria que ser mudado. Eu usei a expressão votar, que fui voto vencido, mas na verdade fui comunicado da demissão - informou.
Felipão
Sanchez comentou com os repórteres que tudo indica que Luiz Felipe Scolari, treinador campeão da Copa do Mundo de 2002, deva ser o novo técnico da seleção.
- A tendência seria o Felipão, já está apalavrado - disse, referindo-se a rumores que saíram na imprensa.
Indagado se esse acerto com Felipão, sem a sua participação, não seria um sinal de enfraquecimento político na CBF, Sanchez respondeu:
- Este é um dos motivos (de sua saída da CBF).
Os repórteres então quiseram saber se ele continuará no cargo.
- Não pedi demissão nem fui demitido. Mas a tendência é sair mesmo - afirmou.
Sanchez não quis usar a palavra crise para definir o momento atual do futebol brasileiro.
- Crise, não, um pouco de insegurança. Estamos a três ou quatro dias do sorteio dos Grupos da Copa das Confederações (será sábado, dia 1º), e estamos sem treinador - lamentou.
A relação com o presidente da CBF, José Maria Marin, "sempre foi respeitosa", segundo Sanchez, que diz que sempre foi ouvido.
- Mas prevaleceu o presidente na história do técnico - explicou Sanchez, que participou de solenidade na Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, que tem um estande na Soccerex.
Contrariado com a demissão de Mano
Na sexta-feira, Andrés deixou claro que ficou contrariado com a demissão de Mano Menezes do comando da seleção brasileira.
- Eu achava que não era o momento. Entendo os motivos, os critérios e entendo o desejo de um novo planejamento para o ano que vem - afirmou, na ocasião. - São os métodos do presidente (José Maria Marin), que a partir da próxima temporada quer novos critérios. Ele está sendo corajoso, ousado e está entendendo o futebol para frente. Venho há meses defendendo a continuidade do trabalho, mas entendo e sei respeitar a hierarquia. Respeito, atendo e aceito - acrescentou.
O favorito de Marin, segundo tem sido veiculado na imprensa, seria mesmo Scolari, que deixou o comando do Palmeiras antes de o time ser rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Del Nero prefere Muricy Ramalho, atual técnico do Santos. Andrés defendia a permanência de Mano, mas depois da demissão teria como favorito Tite, técnico do Corinthians que vai disputar o Mundial da Fifa em dezembro, no Japão.
Andrés foi contratado em dezembro do ano passado pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Com a chegada de Marin e Del Nero ao comando da entidade, ele foi perdendo espaço.

 

Um comentário:

Alberto disse...

Maravilhoso o comentário do diretor insatisfeito dizendo que sua tendência é sair do cargo.