Relatório mostra 171 mil novos postos de trabalho, mas também pequeno aumento no desemprego
WASHINGTON - O aumento das contratações no mercado de trabalho dos EUA no mês de outubro trouxe um certo alívio para a campanha de reeleição do presidente Barack Obama. Segundo dados do Departamento de Trabalho, divulgados nesta sexta-feira, foram criados 171 mil postos de trabalho no mês passado. Por outro lado, a taxa de desemprego aumentou de 7,8% para 7,9%, pois mais pessoas se registraram em busca de ocupações. Se não chega a ser “um gol de placa” como um analista observou, pelo menos o presidente poderá afirmar que este é o 25º mês em que a geração de empregos sobre nos EUA - e num índice acima do esperado.
Segundo analistas, Obama poderá argumentar em sua campanha que o país registra um crescimento do número de contratações por 25 meses consecutivos, o que, no entanto, não foi capaz de suprir a demanda dos que estão entrando no mercado - pois a taxa de desemprego aumentou. Em relação ao resultados, partidários do presidente comemoraram nas redes socais:O relatório é o último antes das eleições presidenciais, que acontecem no dia 6 de novembro, e vem num momento em que a disputa está apertada. O governo também afirmou que foram criadas mais 84 mil vagas em agosto e setembro do que o originalmente estimado. Desde julho, a economia gerou uma média de 173 mil novos empregos por mês, um salto de 67 mil, em comparação aos dados entre abril e junho.
- A recuperação continua - disse o estrategista democrata Peter Fenn em sua conta no Facebook. - Essas notícias são muito boas para o país e para a reeleição de Barack Obama - defendeu.
O próprio Obama se referiu ao assunto durante um comício em Hilliard, Ohio, como “um progresso real”, mas reconheceu que há mais por fazer. Ele comparou a situação atual à de 2008, quando venceu a eleição contra John McCain. Ele lembrou que assumiu a Presidência de um país no meio de uma crise financeira e envolvido em duas guerras.
- Os números de emprego estão melhores, o valor das casas subiu e a guerra no Iraque acabou. A guerra no Afeganistão se aproxima do final, a al-Qaeda está sendo dizimada e Osama bin Laden está morto. Nós cumprimos as nossas promessas - disse o presidente, enquanto o público gritava “mais quatro anos”.
Já o candidato republicano, Mitt Romney, viu com olhos mais críticos os resultados divulgados nesta sexta-feira. Em comunicado divulgado à imprensa, o ex-governador de Massachusetts afirmou que a economia americana vive uma paralisação virtual e prometeu que, se for eleito, fará mais pelo país.
- Hoje o crescimento da taxa de desemprego é um lembrete de que a economia está praticamente estagnada - disse. - A taxa de desemprego está maior do que quando o presidente Obama assumiu o Gabinete, e ainda há 23 milhões de norte-americanos lutando para conseguir um emprego. Nós podemos fazer melhor.
Obama ainda sustenta a maior taxa de desemprego desde o governo de Franklin Roosevelt, segundo o “Washington Post”. Quando o democrata assumiu a Presidência, em janeiro de 2009, a taxa de desemprego era de 7,8%. Depois, ela permaneceu acima de 8% durante 43 semanas. Agora passou de 7,8% para 7,9%.
Em outubro de 2008, antes de Obama assumir a Presidência, a economia americana havia perdido 489 mil empregos em comparação ao mês anterior. Quatro anos depois, foram criados 171 mil empregos no mesmo período de apuração da série do relatório.
Especialistas não esperam grandes mudanças na corrida eleitoral
Segundo analistas do diário “USA Today”, o relatório do Departamento do Trabalho era visto como um potencial gatilho para uma mudança do cenário político nas próximas eleições. No entanto, os resultados mostraram apenas que a economia continua a se recuperar lentamente, segundo o jornal.
O diário também ressaltou que a grande surpresa para a campanha das próximas eleições foi a passagem da supertempestade Sandy pela Costa Leste dos EUA, o que criou a oportunidade para que Obama exercesse seu papel de presidente em uma situação de emergência e ganhasse elogios até do governador de Nova Jersey, o republicano Chris Christie.
Na mesma linha, o analista da “Forbes” Steves Chaefer disse que os resultados da economia estão longe de ser “um gol de placa”, mas que qualquer aumento na criação de empregos pode ser entendido como uma melhor notícia do que a perda de empregos.
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