'Este é o momento de esquecer qualquer outro problema e focar só na conquista da Copa do Mundo', diz Parreira
RIO e SÃO PAULO - A seleção brasileira terá dois campeões mundiais na condução da campanha rumo ao hexa dentro de casa, na Copa do Mundo de 2014. Luiz Felipe Scolari, que conquistou o penta em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, será o novo técnico, e seu nome será anunciado amanhã pelo presidente da CBF, José Maria Marin. Carlos Alberto Parreira, o treinador do tetra, nos Estados Unidos, em1994, assumirá o posto de coordenador técnico. O cargo será criado em substituição ao de diretor de seleções, ocupado até hoje por Andrés Sanchez, que pediu demissão por carta à CBF nesta quarta-feira.
- Este é o momento de esquecer qualquer outro problema e focar só na conquista da Copa do Mundo - disse Parreira com exclusividade ao GLOBO. - Tenho ótimo relacionamento com Felipão e será um prazer trabalhar com ele. A gente pode ajudar o Brasil a conquistar o grande objetivo, que é o hexa - acrescentou.
Parreira foi sondado por uma pessoa próxima a Marin e aceitou voltar a trabalhar com a seleção. Mas destacou que preferia trabalhar como coordenador técnico, e não diretor de seleções, cuja função é mais política.
- Não vou lidar nem sei lidar com assuntos políticos. Meu foco é ajudar a seleção na conquista da Copa - explicou Parreira, que foi técnico da seleção também em 2006, na Copa da Alemanha.
Durante visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao Estádio Itaquerão, em São Paulo, Marin informou que anunciará o nome do novo técnico e do novo coordenador amanhã. Anteriormente ele tinha dito que só faria o anúncio nos primeiros dias de janeiro. Mas com as crescentes informações na imprensa sobre a escolha por Felipão, acabou decidindo antecipar.
- Fizemos uma profunda avaliação, analisamos vários elementos e, principalmente, a experiência. Uma Copa do Mundo não serve para teste, exige acima de tudo muita capacidade e experiência - disse Marin.
O presidente da CBF confirmou a saída de Andrés Sanchez do cargo de diretor de seleções. E foi então que revelou que a função será extinta, para criação do cargo de coordenador. Ele não falou sobre nomes, mas no Rio Parreira confirmou ter sido convidado. As informações de Marin aos jornalistas foram dadas em pronunciamento, sem direito a perguntas por parte dos repórteres.
- Eu me senti fora do negócio, não quero ser rei da Inglaterra, não preciso me sujeitar a isso - argumentou Sanchez.
Parreira e Felipão, estilos diferentes e currículos vencedores
Carlos Alberto Parreira é tido como um autêntico gentleman. Um cavalheiro, que prima pela suavidade no trato e pelo tom de voz baixo. Tem nove participações em Copas do Mundo. Seis delas como técnico (1994 e 2006, pela seleção brasileira; 1982, pelo Kwait; 1990, com os Emirados Árabes Unidos; 1998, com Arábia Saudita; 2010, com a África do Sul). Outras duas, como preparador físico (1970 e 1974, na comissão técnica brasileira). E uma como observador da Fifa (2002).
Luiz Felipe Scolari é do tipo explosivo, às vezes ríspido no contato com a imprensa, e considerado "paizão" pelos jogadores. No comando da "Família Scolari", com o inseparável auxiliar Flávio Murtosa, conduziu a seleção com pulso forte em 2002, na conquista do pentacampeonato. Depois dirigiu a seleção de Portugal e a levou ao quarto lugar em 2006. Teve uma passagem curta e atribulada pelo Chelsea, da Inglaterra, e depois assumiu o Bunyodkor, no distante Uzbequistão.
Dois notáveis da história vitoriosa da seleção brasileira, Parreira e Felipão vão agora trabalhar juntos. Na experiência de ambos como campeões do mundo há convivências semelhantes. Em 1994 Parreira escalava e convocava, mas tinha o suporte de Zagallo como coordenador técnico na campanha da Copa dos Estados Unidos. Em 2002 Felipão tinha ao seu lado a figura de Antônio Lopes, o coordenador técnico daquela vez.
Com seu nome sendo oficialmente anunciado nesta quinta-feira, Felipão poderá estar no sorteio dos grupos da Copa das Confederações sábado, no Anhembi, em São Paulo, representando da seleção brasileira. O sorteio começará às 11h15m. Participam do torneio, que será disputado de 15 a 30 de junho em seis sedes, além do Brasil, que é o anfitrião, a Espanha, campeã do mundo; a Itália, vice-campeã europeia; o México, campeão da Concacaf; o Japão, campeão da Ásia; o Taiti, campeão da Oceania; e um representante da África, cujo campeão será conhecido somente em janeiro de 2013.
2 comentários:
Não levo a menor fé nesses dois trabalhando juntos. Vai dar Xabú!
Mano Menezes teve um bom desempenho na fase de triagem de jogadores para a seleção. O ajuste fino da máquina será entregue a veteranos campeões.
Com o dever cumprido, Mano certamente voltará a participar das futuras seleções.
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