sábado, 24 de novembro de 2012

Alckmin reage à perda do controle da segurança, por Ricardo Kotscho - Balaio do Kotscho



Demorou, mas caiu a ficha do governador Geraldo Alckmin, que decidiu trocar o comando da Segurança Pública em São Paulo no momento em que a guerra entre a PM e o PCC já estava fugindo ao controle, deixando mais de 300 mortos.
Na mesma quarta-feira em que anunciava a troca de Antonio Ferreira Pinto pelo ex-procurador geral de Justiça Fernando Grella Vieira, o governo estadual divulgou os dados da violência em outubro: os assassinatos na capital praticamente dobraram em relação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 78 para 150.
A situação de Ferreira Pinto, um linha-dura que Alckmin herdou do governo de José Serra, já estava insustentável desde o início da escalada da violência em junho, mas havia dois problemas para substituí-lo.
Homem público cordato e conciliador, o governador não queria tirar o secretário em meio à crise para não dar demonstração de fragilidade diante da ofensiva do PCC, e estava esperando uma trégua para agir.
Mais difícil do que este momento chegar, com os índices de criminalidade não parando de subir, foi encontrar alguém que aceitasse pegar o rabo de foguete que é a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, conflagrada por conflitos entre as polícias civil e militar.

 

Fernando Grella Vieira (foto acima), que chefiou o Ministério Público de 2008 a 2012, tem um perfil completamente oposto ao de Antonio Ferreira Pinto, que resolveu enfrentar o PCC, a maior organização crimonosa do país, colocando "a Rota na rua" com licença para matar, relembrando os tempos do governo Paulo Maluf no início dos anos 1980.
Ao contrário do ex-secretário, Vieira é um negociador, tem boa relação com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pretende trabalhar em conjunto com o governo federal, em especial na área de inteligência da investigação policial, que foi abandonada nos últimos tempos.

Um comentário:

Alberto disse...

Vamos aos fatos. Este negócio de PCC é balela. Evidentemente os assassinatos devem ser creditados aos policiais renegados (milícias)que tem todo o interesse em desestabilizar a polícia legal para terem espaço para agir. O antigo secretário pareceu não estar inclinado a se opor às milícias.