sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Felipão e o Banco do Brasil


Declaração de Felipão sobre Banco do Brasil causa reações e ele pede desculpas

Novo técnico da seleção disse que bancário “senta no escritório e não faz nada”


Luiz Felipe Scolari durante a sua apresentação como novo técnico da seleção brasileira Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
Luiz Felipe Scolari durante a sua apresentação como novo técnico da seleção brasileiraIVO GONZALEZ / AGÊNCIA O GLOBO

RIO - Luiz Felipe Scolari já chegou causando polêmica. Logo em sua primeira entrevista como técnico da seleção brasileira, na manhã desta quinta-feira, Felipão acabou criando um mal-estar com os bancários em geral e com funcionários do Banco do Brasil em particular. Ao ser questionado sobre a pressão de ter que vencer a Copa do Mundo no Brasil, o treinador respondeu:
- Quem joga futebol tem pressão, e os jogadores têm que saber isso. Tem que trabalhar nesse aspecto. Se não quer pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada, aí não tem pressão nenhuma - disparou Felipão.
No fim da tarde o Banco do Brasil divulgou nota informando que o treinador tinha se retratado. Segundo a assessoria do banco, Scolari entrou em contato com o presidente do BB, Aldemir Bendine, e explicou que tinha feito uma "má colocação", sem intenção de ofender os funcionários do banco, do qual é cliente há 30 anos.
- Eu estou lá é para pedir a colaboração do povo brasileiro à seleção e não pretendia ofender o pessoal do Banco do Brasil. Foi apenas uma má colocação - disse Felipão, segundo o Banco do Brasil.

Na nota a assessoria do BB informa também que para Bendine o episódio está superado.
- Você vai ter aqui uma família de 116 mil pessoas que estará torcendo pelo seu trabalho, que você seja muito feliz nessa nova empreitada e que traga de volta aquela alegria que você nos deu em 2002 - respondeu Bendine ao técnico, ainda de acordo com a assessoria do BB.
Antes de selar a paz, o Banco do Brasil tinha reagido à altura do ataque do treinador. "O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luiz Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da seleção", dizia trecho de nota divulgada pelo banco.
Diversas entidades de classe também emitiram seus protestos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudiou a declaração de Felipão, em nota assinada pelo presidente da entidade, Carlos Cordeiro. "Luiz Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos", dizia a nota.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região foi outro a se manifestar: "Convidamos o senhor a conhecer o trabalho bancário, os funcionários do Banco do Brasil, as agências com longas filas, o ritmo alucinante que faz parte do cotidiano dos trabalhadores de instituições financeiras no nosso país", dizia trecho da nota do sindicado paulista.
A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil bateu pesado no treinador. E lembrou a recente passagem dele como técnico do Palmeiras, rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
- No Banco do Brasil a pressão é tanta que nenhum gerente que contribua para rebaixar o nível de uma agência ganha como prêmio administrar uma agência maior, que foi o que aconteceu com o sr. Scolari - disse ao site do Ancelmo Gois o presidente da associação, Antonio Sergio Riede.


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