Para liberar veículos, policiais presos aceitavam queijo e goiabada, diz MP
Seis agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) foram presos e três são procurados
RIO — Os agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) presos em uma operação da Corregedoria da PM realizada com o apoio do Ministério Público estadual nesta quarta-feira chegavam a aceitar queijo, goiabada e até pares de sapato como pagamento para liberação de veículos irregulares. Segundo o MP, o valor da propina variava de R$ 20 a R$ 200, que era cobrado preferencialmente de motoristas de veículos de carga. Em troca, os agentes isentavam os profissionais de multa ou da apreensão dos veículos.
Até o momento, seis agentes suspeitos de fazer parte do esquema foram presos. Foram expedidos nove mandados de prisão, contra os segundos-sargentos Nelsin Vieira Serpa, de 47 anos; Carlos José Estevam, de 44; Jefferson Barcelos Castro, de 42 anos; Marcelo Lourenço Brandão, de 41; Carlos Eduardo Rocha Aguiar, de 42 anos; além dos cabos Edenilson Borges da Silva, de 39 anos; Josley Sebastian Sardela Antunes, , de 35; Alex Wermelinger; e o soldado André Luiz Brayner, de 34 anos.
De acordo o corregedor da PM, Waldyr Soares Filho, os agentes, que foram denunciados pelo PM pelas práticas de concussão (extorsão praticada por agente público) e de corrupção, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Militar. O corregedor informou, ainda, que todos foram presos em casa. Um deles estava em Minas Gerais.
As investigações da “Operação Mercúrio”, como foi denominada, foram realizadas pela própria Corregedoria da PM, em conjunto com as Promotorias de Justiça de Auditoria Militar do MP, que teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). De acordo com a denúncia do Ministério Público, as irregularidades foram praticadas entre os dias 30 de julho e 28 de agosto no Posto de Controle de Trânsito Rodoviário 16, em Nova Friburgo, localizado no quilômetro 65 da Rodovia RJ-116.
Uma das ações descritas pelo MP se refere à abordagem de um caminhão basculante Mercedes-Benz, por volta das 15h40m do dia 22 de agosto. O cabo Wermelinger e o soldado André Brayner ameaçaram rebocar o veículo alegando que o motorista não portava o Certificado de Verificação do Tacógrafo (equipamento que registra a velocidade). Eles exigiram R$ 50 para a liberação do caminhão, e o dinheiro foi pago.
Os policiais militares detidos estão sendo levados para a sede do órgão, em São Gonçalo, onde serão submetidos a exame de corpo de delito. Em seguida, serão encaminhados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na Zona Norte.
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