quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A ideologia de Obama, por Rodrigo Constantino



Rodrigo Constantino, O Globo

Será que um marido em busca de uma “transformação fundamental” de sua esposa lhe tem amor sincero? Parece estranho alguém que ama tentar mudar a essência do ser amado. Mas esta tem sido justamente a promessa de Obama: “transformar fundamentalmente” a América.
A imprensa pinta um Obama pragmático e moderado, enquanto os republicanos são atacados de forma caricatural, como um bando de ultraconservadores reacionários. Obama estaria acima das ideologias, enquanto os republicanos seriam dogmáticos. Será que esta imagem corresponde à realidade?
Se o marxismo foi sempre uma desgraça em seus resultados, parece inegável seu sucesso na propaganda. Em parte, isso se deve ao verniz científico que esta religião secular conseguiu criar. Os marxistas não eram crentes, mas donos da razão. Aquilo não era uma profecia calcada na fé, e sim uma certeza científica.
Os “progressistas” são os herdeiros intelectuais desta farsa. Escondem sua ideologia sob o manto da ciência — pseudociência, na verdade.
Em cada frase proferida por Obama e seus acólitos, há a crença de que o Estado é a grande locomotiva do progresso.
Os empresários são tratados com desconfiança, o mercado é perigoso e aumentar impostos é sempre desejável. Obama chegou a afirmar que defenderia impostos maiores sobre ganhos de capital, mesmo sabendo que isso não levaria a uma arrecadação maior. Era uma questão de “justiça” para ele.
Suas medidas na área econômica têm se mostrado ineficientes, com resultado medíocre. Não importa: a esquerda sempre pode argumentar que sem elas a coisa estaria ainda pior.
Culpam o antecessor, que deixou uma “herança maldita”. Reagan também assumiu uma economia em frangalhos, mas conseguiu resultados bem melhores. Ele acreditava no mercado, não na clarividência estatal.

Um comentário:

Alberto disse...

É verdade que existe o preto e o branco mas o que predomina são as várias tonalidades de cinza.7