Volta e meia ouço ou leio que mais vale um povo feliz com um pibinho do que um povo infeliz com um pibão. O discurso ou o artigo quase sempre é de alguém que defende politicamente o indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB) como mais importante que o Produto Interno Bruto (PIB).
Diante da crise europeia, já teve até político dizendo que era melhor o Brasil crescer menos e manter a alegria do povo brasileiro. Se de fato isso fosse possível, nada contra. Só que fica difícil imaginar o país com um alto índice de felicidade (real) diante de uma epidemia de crack, por exemplo.
Estudiosos e cidadãos engajados na luta contra tamanha infelicidade têm alertado para a urgência de ações a fim de não permitir que essa epidemia continue se disseminando. Chamam atenção para o fato de que as pessoas dependentes do crack podem até se tornar perigosas.
E avisam: elas estão se replicando velozmente. Infelicitando mais e mais famílias, mais vizinhos, mais amigos. Pressionando populações e infernizando suas vidas. É necessário atacar em todas as frentes: da emergência à prevenção.
Por que coisas assim acontecem? Qual o motivo? E cadê o antídoto, a alegria do povo brasileiro? É só para turista ver?
Os de casa, os mais atentos, enxergam a ideologização indevida de jogos de poder. Políticos, prefeitos, governadores e presidente deveriam se eleger para governar o país como um organismo; um sistema interligado.
Da descabidíssima falta de infraestrutura ao apagão de mão de obra qualificada, da violência urbana aos conflitos rurais. Problema não tem fronteira.
Então, não adianta gogó, não adianta ficar teorizando. Nunca o governo teve tantos ministérios, secretarias, programas, projetos. Resultados? Distribuição de renda e crédito fácil para o consumo. Ou mensuração para o PIB. Para o FIB? Subjetividade.
Sim, há iniciativas que se destacam como bem-sucedidas. Mas deveria ser o normal!
O PIB não deixa dúvidas: é a soma do valor de todos os serviços e bens produzidos. Já o FIB...
Segundo alguns pesquisadores, entre sociedades com o mesmo nível de desenvolvimento econômico, o bem-estar tende a ser maior naquelas com menor nível de corrupção, maior liberdade política, liberdade religiosa e de expressão.
O Indicador de Felicidade Interna Bruta tem a ver também com nível de confiança, que passa por respeito a quaisquer contratos. E ainda por harmonia familiar e amorosidade nos relacionamentos sociais. Existe receita para uma nação verdadeiramente feliz?
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