Favelas vão ganhar Unidade de Ordem Pública; primeira delas será no Borel
RIO - Em 2008, ao ser eleito pela 1ª vez, Eduardo Paes assinou sem questionar a lista de promessas que havia feito. Reeleito, recebeu O GLOBO após ter 3 dias para analisar o que havia sido publicado com base em declarações na campanha eleitoral e em seu programa de governo. Fez ajustes para ser devidamente cobrado daqui a 4 anos e não reconheceu como promessa de campanha o compromisso de não reajustar o IPTU.
PROMESSAS
Urbanismo
“Em 2008, me debrucei ao longo do governo nas promessas para o atual mandato. Houve fragilidades. Umas foram piores para mim; outras benéficas. Não estava muito claro como estavam as promessas. Agora, em 2012, a gente colocou aqui todas as promessas para a futura administração que vocês colocaram no jornal, e fizemos adaptações. Deixamos claro o que é cada uma. Acho muito legal esse negócio das promessas.”
“Ajustei a promessa. Não prometi não aumentar gabarito e não alterar parâmetros da cidade. Eu me referia aos imóveis em APACs e mantenho essa promessa. Não tenho como fazer outra operação do Porto se não aumentar gabarito. Quero usar essas operações que o Estatuto das Cidades me permite fazer. Estou estudando outra operação consorciada para a Cidade Nova. A PPP (parceria público-privada) incluiria a recuperação do Bairro Operário.”
IPTU
“Não quero assinar isso (manter o sistema atual de cobrança de IPTU sem qualquer revisão da planta de valores). Não estou dizendo que eu vá fazer. O que existe é uma série de estudos da Secretaria de Fazenda. A planta que está aí é da época do ex-prefeito Luiz Paulo Conde. Este ano não vou fazer. Nem sei se vou fazer de 2013 para 2014, de 2014 para 2015 ou de 2015 para 2016. O que digo é que existem distorções na planta de valores e que a gente precisa olhar isso com atenção.
Ainda não sei (qual seria o eventual potencial de aumento). O que digo é que o IPTU está com problemas. E não é só na planta de valores. O que admito é olhar a questão do IPTU, o que não resultará necessariamente em aumento. Você tem dois terços da cidade que não pagam imposto. É justo? Não estou dizendo que vou botar um “IPTUzão” para essas pessoas pagarem. Também a realidade do Rio mudou. No passado, foi criado um redutor para as áreas violentas, próximas às favelas, que, agora, estão pacificadas. A pessoa, hoje, que mora no pé do Pavão- Pavãozinho tem esse redutor. Não é sanha arrecadatória. É questão de justiça fiscal, porque o sistema não está organizado. Há muitos instrumentos no Estatuto das Cidades e no Plano Diretor que a gente não usa, como o IPTU progressivo. Estamos estudando.”
Ordem pública
“A gente vive um momento diferente de 2008, quando anunciamos o Choque de Ordem. Achamos um caminho que são as Unidades de Ordem Pública (UOPs), que têm papel permanente e serão ampliadas.”
Uop no Borel
“A gente está pensando em implantar o projeto piloto de uma UOP em favela. Pensamos no Borel. Não gosto daquela coisa de comandante da UPP tendo que tratar de tudo. Não é bom para ele nem para a cidade. Não seria possível, por exemplo, começar pela Rocinha, devido ao tamanho da comunidade.”
Flanelinhas
“Vou resolver o problema dos flanelinhas. Quero licitar as vagas de estacionamento. Provavelmente, vou começar pela Zona Sul. A ideia é rescindir o contrato com a Embrapark. Mas não quero rescindir o contrato até termos o modelo adequado. O problema no sistema rotativo da cidade hoje é que não existe sistema. O que temos é uma vergonha. A ideia é termos o serviço operando durante 24 horas.”
Comlurb
“Quero fazer um ajuste fino na Comlurb. Olhei pouco nesses quase quatro anos para a empresa, porque era uma das que funcionavam na prefeitura. Não estou satisfeito com a Comlurb em favela. Ela não pode tratar da limpeza de favela da mesma maneira que opera no Leblon, onde o caminhão passa três vezes por semana. Não adianta. A Comlurb também resiste à reciclagem igual ao capeta.”
Equipe
“Meu governo é vitorioso. Não fiz acordos políticos prometendo dar secretarias. A gente já governa com os partidos. Quero evitar, ao máximo, mexer. A não ser em alguma área que mereça ajuste. Garanto que a Cláudia Costin (Educação) e o Marco Aurélio Santos Cardoso(Fazenda) não saem. O Luiz Guaraná vai ser líder do governo na Câmara dos Vereadores. O vice-prefeito eleito Adilson Pires, o líder atual, será secretário de Assistência Social. Tenho até o início do ano que vem para fazer os ajustes, mas preferiria fazer com maior rapidez. Quero tocar a vida.”
Olimpíadas
“Tudo preocupa nos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016, porque todos os projetos são muito complexos. Mas estamos muito melhores hoje do que há seis meses ou há um ano. A cidade vai ficar pronta no prazo prometido. Quanto à questão do novo autódromo, em Deodoro (no lugar do autódromo Nelson Piquet, que está sendo demolido para o evento), a Confederação Brasileira de Automobilismo tem razão de reclamar que as obras não começaram. Mas tenho certeza que o projeto (a ser implantado em parceria entre o governo do estado e a União) será feito. Já a Vila Autódromo (favela vizinha ao Parque Olímpico) só será removida após ficarem prontas as moradias construídas pelo Minha Casa Minha Vida.”
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