Máscaras de carnaval do ministro Joaquim Barbosa serão vendidas por organizadores
RIO — Satisfeitos com o andamento do julgamento do mensalão, moradores da Zona Sul do Rio realizam no domingo uma manifestação em homenagem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com o nome de “Valeu, STF”, o evento começa às 10h30min, no calçadão do Leblon. Um carro de som vai acompanhar os manifestantes até o Posto 9, em Ipanema, onde os organizadores prometem organizar uma “chopada”. Além disso, serão vendidas máscaras de carnaval do ministro Joaquim Barbosa, relator do julgamento, a R$ 10 cada.
— O Joaquim é um símbolo, mas não estamos vendendo a máscara porque achamos que ele é o único herói. O papel dele é importante, mas nós estamos homenageando todos os ministros, independentemente de ter votado pela condenação ou não, além da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal e da imprensa, que pressionou para que o julgamento acontecesse — conta um dos organizadores, o jornalista Altamir Tojal, de 64 anos.
Segundo Tojal, foram compradas 60 máscaras, e o lucro obtido será usado para custear o evento. A iniciativa é do Movimento 31 de Julho, que já havia organizado um abaixo-assinado pela realização do julgamento do mensalão em maio, e conta com o apoio do grupo Queremos Ética na Política. Os organizadores esperam um público maior no domingo do que nos outros eventos realizados pelo movimento, que normalmente atraem entre 100 e 200 pessoas.
— Hoje em dia está muito difícil de fazer mobilização, a política acabou sendo desmoralizada por causa da corrupção. E tem uma parte das pessoas que se mobilizam somente na rede — reclama Tojal, que acredita que o resultado do julgamento pode ajudar a mudar este quadro.
— Ninguém acreditava que o julgamento ia acontecer, depois disseram que ninguém seria condenado. A gente acha que o mais importante das pessoas terem sido condenadas é que esse julgamento vai ficar como marco para o poder judiciário como punição para os crimes do poder.
Da mesma forma que uma manifestação realizada na sexta-feira passada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o evento carioca vai comemorar o que chamam do fim da “Pizzaria Brasil”. Na comemoração em Ipanema, Tojal promete que não vai faltar chope gelado, mas garante que não vai ter pizza nenhuma para acompanhar.
— Já avisamos os donos dos quiosques na orla que vai haver um movimento maior — informa. — Esse julgamento dá a esperança de que nem tudo vá acabar em pizza, mas na verdade a pizzaria só começou a fechar. Existe uma pressão política para que os réus não cumpram as penas, e vamos fazer a manifestação para que as penas sejam cumpridas. Não é só questão de condenar as pessoas, o dinheiro tem que ser devolvido aos cofres públicos.
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