Blog do Ricardo Setti
O PT não se emenda.
Não tem jeito.
Vejam o caso dessa reunião do alto comando do partido, em São Paulo.
Começa que teve a participação e, na prática, a condução do criminoso condenado pelo Supremo Tribunal Federal José Dirceu.
Em seguida, que apoiou inteiramente a tese do réu condenado segundo a qual “a melhor resposta” ao julgamento do Supremo — que está enviando para a cadeia ele e outros “cumpanheiros” — é a eleição do ex-ministro da Educação Fernando Haddad prefeito de São Paulo.
Me expliquem o que quer dizer isso!
Quer dizer que a decisão soberana do Supremo — no caso dele, Dirceu, por sonoros 8 votos a 2 em favor da condenação por corrupção ativa — precisa de uma “resposta”?
E por quê?
A decisão foi tomada por algum tribunal de países que Dirceu admira, como a Venezuela em que o coronel Chávez manda na Justiça?
Em que país Dirceu julga que vive? Na Cuba que visita sempre com prazer, e onde recebeu treinamento para uma guerrilha que nunca teve coragem de fazer?
E o que é que teria que ver uma eventual vitória de Haddad em São Paulo com a cadeia onde, se tudo correr bem, o ex-chefe da Casa Civil irá passar larga temporada?
O eleitorado estaria, por acaso, absolvendo os ladravazes do PT?
O sonho dos tucanos paulistas é trazer o mensalão para a campanha de José Serra contra Haddad. Dirceu está fazendo isso por eles.
Mas continuo.
Não bastasse esse bestialógico, o Diretório Nacional do PT, obviamente influenciado por Dirceu, lançou ao final da reunião uma daquelas notas vociferantes, com as tradicionais entrelinhas totalitárias e ameaçadoras de sempre, em que diz, a certa altura:
“Nosso desempenho nas eleições municipais ganha ainda maior significado, quando temos em conta que ele foi obtido em meio a uma intensa campanha, promovida pela oposição de direita e seus aliados na mídia, cujo objetivo explícito é criminalizar o PT.
Não é a primeira, nem será a última vez, que os setores conservadores demonstram sua intolerância; sua falta de vocação democrática; sua hipocrisia, os dois pesos e medidas com que abordam temas como a liberdade de comunicação, o financiamento das campanhas eleitorais, o funcionamento do Judiciário; sua incapacidade de conviver com a organização independente da classe trabalhadora brasileira.
Mas a voz do povo suplantou quem vaticinava a destruição do Partido dos Trabalhadores”
Nenhum comentário:
Postar um comentário