domingo, 14 de outubro de 2012

Cabral, Garotinho e Lindbergh lutam para eleger seus candidatos


Políticos travam teste de forças por 2014 nas cidades com 2º turno no Rio



O governador Sérgio Cabral (PMDB), na foto, o senador Lindbergh Farias (PT) e o deputado federal Anthony Garotinho (PR) disputam, voto a voto, o segundo turno
Foto: Custódio Coimbra / Arquivo O Globo
O governador Sérgio Cabral (PMDB), na foto, o senador Lindbergh Farias (PT) e o deputado federal Anthony Garotinho (PR) disputam, voto a voto, o segundo turnoCUSTÓDIO COIMBRA / ARQUIVO O GLOBO
RIO - No dia 28 de outubro, data do segundo turno das eleições municipais, 2,98 milhões de fluminenses retornarão às urnas em sete cidades do Estado do Rio para decidir quem comandará suas prefeituras. A disputa em Belford Roxo, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, São Gonçalo e Volta Redonda vai além do controle político local e pode ser determinante para o xadrez político do estado em 2014. Os três principais protagonistas políticos — o governador Sérgio Cabral (PMDB), o senador Lindbergh Farias (PT) e o deputado federal Anthony Garotinho (PR) — disputam, voto a voto, o segundo turno. O grupo político liderado pelo governador tem como candidato o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e sai na frente, com candidatos em todas as cidades onde ainda haverá disputa.
A conta leva em consideração São Gonçalo, onde o governador teve uma derrota política no primeiro turno. A candidata do PMDB era a deputada estadual Graças Matos, que perdeu a vaga no segundo turno para o deputado federal Neiton Muilm (PR), por pouco mais de três mil votos.
Para não ficar de fora da disputa no segundo maior colégio eleitoral do estado, com 665 mil eleitores, Cabral, na última quarta-feira, declarou apoio a Adolfo Konder (PDT), que teve a seu lado, durante todo o primeiro turno, Lindbergh.
Quatro aliados de Lindbergh na briga
O senador petista está em segundo lugar na busca por base eleitoral, com quatro aliados no segundo turno do Rio. Lutando sozinho para viabilizar seu nome na disputa de 2014, Lindbergh deixou claro na segunda-feira sua insatisfação com a indicação de Pezão ao governo. No último dia 3, o petista foi condenado por improbidade administrativa por um processo referente à época em que era prefeito de Nova Iguaçu. Resultado: teve suspenso por cinco anos seus direitos políticos pela 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Ele recorrerá da decisão.
Principal adversário político do grupo do governador no estado e crítico feroz da gestão petista desde a época do ex-presidente Lula, o deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho manteve seu domínio no Norte Fluminense e conseguiu vitórias importantes no último dia 8. Garotinho ainda tem a chance de colocar três aliados em prefeituras fluminenses neste segundo turno.
Para o cientista político e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Sandro Corrêa, no próximo dia 28, o eleitor fluminense vai perceber que, além da disputa municipal, o que está em jogo é o comando do estado a partir de 2014.
— Com segundo turno em apenas sete cidades, vamos ter a oportunidade de ver o confronto direto entre os três postulantes ao governo estadual. Vamos ver cada um dos futuros candidatos ao cargo de governador indo para o confronto direto nas ruas e no programa eleitoral — aponta o cientista político.
Das sete cidades, três são consideradas estratégicas para a corrida ao Palácio Guanabara: São Gonçalo, Duque de Caxias e Volta Redonda que, apesar de ter o menor número de eleitores do trio (216 mil), é a única onde Pezão tem influência direta. Ele foi prefeito da vizinha Piraí, e uma derrota lá poderia fragilizar sua candidatura estadual.
Em Volta Redonda e em São Gonçalo, Cabral enfrentará Garotinho. Os dois já gravaram para o programa eleitoral de seus candidatos e serão vistos com frequência nas ruas pedindo voto.
— É um cenário interessante. É inegável que tanto Cabral quanto Garotinho são, hoje, os dois maiores cabos eleitorais do estado. Esse confronto é uma prévia para os dois e para os eleitores de suas forças políticas — afirma Corrêa.
Rejeição a Garotinho em Petrópolis
Cabral e Garotinho se enfrentam ainda em Belford Roxo e em Petrópolis, onde Rubens Bomtempo (PSB) tem o apoio do PR, mas mantém o ex-governador distante da disputa por conta da rejeição dele na cidade.
Lindbergh percorreu 61 das 92 cidades nesta eleição para formar uma base eleitoral para 2014. Sua principal vitória foi em Macaé, onde elegeu Dr. Aluisio (PV) contra o candidato de Cabral, Christino Áureo (PSD). No segundo turno, ele enfrenta os peemedebistas em Duque de Caxias e Nova Iguaçu.
É no município que administrou, aliás, que o senador enfrenta seu principal dilema. Apesar de seu partido estar na coligação da prefeita Sheila Gama (PDT), que busca a reeleição, Lindbergh caminha para apoiar o deputado federal Nelson Bornier (PMDB), antigo desafeto de Cabral.
A única cidade a ficar de fora do cabo de guerra eleitoral é Niterói. Os dois concorrentes — Rodrigo Neves (PT) e Felipe Peixoto (PDT) — foram secretários do governador na atual gestão. Lá, Cabral leva de qualquer jeito.

 

Um comentário:

carlos eduardo alves de souza disse...

Pobre estado obrigado a escolher uma dessas três peças...Não há dúvida que o pior, absolutamente pior, é o Pivetinho.