segunda-feira, 5 de março de 2012

Amorim a Perigo - Merval Pereira

O destino do Ministro da Defesa Celso Amorim (foto) está diretamente ligado à sua capacidade de resolver a crise envolvendo os militares da reserva. As críticas à Comissão da Verdade e a posições de membros do governo Dilma levaram a uma posição radicalizada do governo, alimentada pelo Ministro da Defesa, que em nenhum momento tentou contornar a crise através do diálogo. Os tênues limites da lei que permite aos militares da reserva expressarem seus pontos de vista políticos estão sendo usados por eles para convencer os ministros militares de que estão no seu direito de cidadãos, enquanto Amorim puxa a corda para o outro lado, vendo quebra de hierarquia nos manifestos, que ganham mais adesões à medida que a crise avança. Já há no Palácio do Planalto quem entenda que a presença de Amorim à frente da Defesa, com seu estilo belicoso de atuar, não seja a melhor opção para superar a crise militar.  

Um comentário:

Cremildes T. de Hond-Durass disse...

Benévola com Amorim é o mínimo que se pode dizer do que aqui escreve o Merval. Como Ministro da Defesa, ele se vale do fato de ter a espinha dorsal mais dútil de todos que jamais entraram pelos umbrais da casa de Rio Branco, para curvar-se aqui à pressão da ala de esquerda radical do Governo e, então, surgir como belicoso. Contudo, só será belicoso se tiver as costas quentes, senão vejamos: Durante todo o regime militar, Amorim se manteve acocorado, servil e silente entre um e outro ótimo posto. Levado por seu tresloucado concunhado Samuel Pinheiro Guimaraes para a Embrafilme, já no começo do fim dos militares, mesmo borrando-se de medo, autorizou o filme que fala explicitamente dos torturadores brasileiros. Encolheu-se totalmente ao ser demitido e só reaparece algo depois como o obsequioso regra três de Zé Aparecido a quem Itamar queria como seu Chanceler, a que lucidamente se opôs Sarney, fazendo com que Aparecido, mesmo nomeado, nunca tenha assumido a cadeira de Rio Branco. Durante mais de ano Amorim foi interino no Itamaraty e só depois efetivado, tornando-se fiel servidor dos caprichos mais absurdos do volúvel juizdeforano. Daí para frente se sabe de seu desempenho como Ministro de Lulla, navegando ao sabor das intuições mais primárias do genial presidente-cumpanhêru.
Portanto, se nada tem de espontâneo, salvo seu incrível oportunismo,Amorim de belicoso hoje pode passar ao mais gentil e despenteado anãozinho de jardim se D. Dilma mandar. É só esperar.