De Lula, hoje, em visita à China:
- Não discuto essa hipótese. Em primeiro lugar, não existe um terceiro mandato. Em segundo, a Dilma está bem.
E foi tudo o que ele disse.
Descontruindo a declaração de Lula:
* "Não discuto essa hipótese".
De outras vezes ele discutiu, sim, para negá-la com veemência. Chegou a rebatê-la dizendo que "não se brinca com a democracia". E por aí foi.
O terceiro mandato existe, sim, por hipótese. Ganhou a forma de emenda à Constituição que já foi apresentada por um deputado do PMDB.
* "Em primeiro lugar, não existe terceiro mandato".
Não, ainda não existe. Para existir a Constituição terá de ser modificada.
É só por isso que Lula não discute a hipótese?
Por que simplesmente não a desautoriza novamente?
* "Em segundo, a Dilma está bem".
Se não estivesse bem ou se vier a não ficar, aí Lula será capaz de discutir o terceiro mandato? De admiti-lo? De desejá-lo?
Logo depois de se reeleger presidente, Lula começou a sondar seus parceiros de confiança sobre a hipótese do terceiro mandato. Conversou com assessores e governadores de vários partidos. Cito logo três: Jaques Wagner(Bahia), Paulo Hartung (Espírito Santo) e Eduardo Campos (Pernambuco).
A idéia do terceiro mandato não foi bem acolhida por eles. Pelo contrário. Wagner refutou-a com firmeza durante uma viagem com Lula à Europa para o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014.
Registre-se que Lula fazia cara de aborrecido toda vez que esbarrava em opinião contrária ao terceiro mandato. Depois deixou de mexer com o assunto.
O principal efeito colateral de se retomar agora a conversa sobre terceiro mandato seria o enfraquecimento em definitivo da candidatura de Dilma. E isso Lula não quer. Ao menos até estar convencido de que ela poderá ou não concorrer à sua vaga.
De todo modo, o calendário conspira contra o terceiro mandato. Ele teria que ser aprovado este ano para Lula poder disputá-lo no próximo.
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