WASHINGTON — Numa de suas declarações mais duras sobre a questão iraniana até o momento, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reforçou sua determinação de não deixar Teerã desenvolver uma arma nuclear, sugerindo mesmo uma ação militar. Mas numa mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com quem se encontra na semana que vem, advertiu contra uma ataque preventivo israelense contra o território iraniano.
“Como presidente dos Estados Unidos, eu não blefo”, disse Obama em entrevista à revista “The Atlantic”, publicada nesta sexta-feira. “Como também, por questões políticas, não posso ficar divulgando exatamente quais são as nossas intenções. Mas acho que tanto o governo iraniano quanto o israelense compreendem que quando os Estados Unidos dizem ser inaceitável que o Irã tenha uma arma nuclear, nós queremos dizer exatamente isso.”
Nesta sexta-feira, os iranianos foram às urnas em uma eleição legislativa que, sem debate político e com a oposição praticamente ausente, deve ratificar o desafiador regime de Mahmoud Ahmadinejad. Diante das frequêntes ameaças, o presidente americano deixou claro que todas as opções para lidar com o país estão sobre a mesa — sendo a última uma intervenção militar —, lembrou que um ataque prematuro pode ser contraproducente e disparou:
“No momento em que o Irã não goza de muita simpatia, e que seu único aliado (a Síria) está em plena ebulição, vamos querer uma distração que permita ao Irã se apresentar como vítima?”
O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, está em visita nos Estados Unidos e vai se encontrar com Barack Obama na segunda-feira da próxima semana. O principal tema em pauta será o programa nuclear iraniano.
Recentemente, os Estados Unidos e a União Europeia reforçaram as sanções contra o Irã. A Organização das Nações Unidas (ONU) ratificou as quatro rodadas de sanção contra o país, ocorridas entre 2006 e 2010, como resposta à recusa do país em suspender o enriquecimento de urânio e em cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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