PARIS - O presidente Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição em abril, reduziu a distância que o separa do candidato socialista François Hollande, no que pode ser um reflexo da caçada a um atirador que mobilizou a França nesta semana. A ultradireitista Marine Le Pen recuou e agora está em quarto lugar, atrás do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que avançou.
A pesquisa do instituto BVA foi feita na quarta e na quinta-feira, enquanto se desenrolava o cerco a Mohamed Merah, apontado como autor de sete mortes nos últimos dias —três militares, um rabino e três crianças em uma escola judaica. Na quinta-feira, a polícia matou Merah em seu apartamento.
De acordo com a pesquisa, Hollande ainda lidera na simulação do primeiro turno, com 29,5%, mas está tecnicamente empatado com Sarkozy, que tem 28%. No dia 2 de março, Hollande tinha 33% e Sarkozy, 25%. Para o segundo turno, Hollande continua como favorito frente a Sarkozy, mas a vantagem caiu de 18 para 8 pontos, segundo dados do jornal “Le Monde”.
Movimento semelhante no primeiro turno foi identificado pela pesquisa Ifop/Fiducial feita diariamente para a revista “Paris Match”, embora em uma escala mais reduzida. De um empate em 27,5% entre Hollande e Sarkozy na segunda-feira, o presidente assumiu a liderança nesta quinta-feira, com 28% contra 27,5% do socialista. Já no segundo turno, a pesquisa diária aponta um aumento da vantagem do socialista de 8 para 10 pontos no mesmo período.
Como é o presidente atual, a candidatura de Sarkozy é a mais sujeita a receber o impacto dos atentados cometidos por Merah e da maneira como o governo lidou com eles. Na quarta-feira, dois dias após o ataque à escola judaica de Toulouse, o suspeito estava cercado pela polícia. Nesta quinta-feira, ele morreu durante a invasão policial.
Antes mesmo dos atentados, o presidente já vinha adotando uma postura anti-imigração — como quando propôs cortar a imigração pela metade, no início deste mês. Merah era franco-argelino.
O presidente incluiu os atentados em sua pauta eleitoral. Hoje, em seu site de campanha, incluiu um comunicado divulgando as medidas que irá tomar em decorrência dos crimes, como punição penal de quem vá ao estrangeiro passar por doutrinamento ideológico e da propagação de ideologias “extremistas”. Na quarta-feira, havia publicado uma mensagem com uma tarja preta — simbolizando luto — em que elogiava a “magnifica dignidade” do povo francês frente aos ataques.
Já a candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen — abertamente contra imigração e que reagiu rapidamente após a divulgação de que o suspeito era franco-argelino — não conseguiu aproveitar. As intenções de voto nela no primeiro turno caíram 1 ponto percentual entre o dia 2 e esta quinta-feira pela pesquisa BVA — mantendo-se estável em 17% nesta semana de acordo com a pesquisa diária Ifop/Fiducial.
Le Pen está pela primeira vez atrás do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que passou de 8% para 14% das intenções de voto entre o dia 2 de março e esta quinta-feira.
As duas pesquisas coletam opinião de cerca de 1.000 pessoas e são feitas pela internet.
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Um comentário:
A pesquisa foi feita antes da declaração de estarem investigando o assassassino há algum tempo.
Não entendemos porque a investigação foi inútil para evitar os crimes.Possivelmente Sarkozy cairá de novo.
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