domingo, 25 de março de 2012

Você já adquiriu seu personal mouth ?





Camundongo no hospital: a ideia é testar antes no roedor medicamentos que serão usados no paciente
Foto: Robert F. Bukaty/AP

Camundongo no hospital: a ideia é testar antes no roedor medicamentos que serão usados no pacienteROBERT F. BUKATY/AP
RIO — Daqui a alguns anos, o paciente que der entrada em um hospital, além de preencher uma ficha e fazer exames básicos, ganhará o seu próprio camundongo. Não se trata de um regalo exótico, mas de uma novidade entre diversos grupos de pesquisa. Todos querem suprimir o sistema imunológico do roedor, substituindo-o por uma amostra do sistema de defesa do próprio doente. Após a transferência, a cobaia receberá coquetéis de drogas e terapias que, depois, espera-se aplicar no paciente.
— Demos ao camundongo células-tronco da medula óssea de um humano e ele desenvolveu um novo sistema imunológico — explica a autora de um estudo sobre o tema, Megan Sykes, da Universidade Columbia, dos EUA. — Estamos trabalhando com diabetes do tipo 1, e, em breve, pretendemos começar pesquisas relacionadas a lupus.
Demorou semanas, mas, no fim, o roedor adquiriu um sistema de defesa humano completo, como mostrou a cientista esta semana, em um artigo na “Science Translational Medicine”.
Megan resolveu iniciar o trabalho por estas doenças porque há genes que as predispõem e “queremos entender como estes genes afetam o sistema imunológico desses pacientes”. A pesquisadora não duvida que, um dia, diversas terapias comecem sempre no “personal camundongo”.
— Parece possível, pelo menos nas doenças autoimunes — avalia. — Será factível em poucos anos, mas é claro que, como todos os avanços na saúde, tudo vai depender do financiamento para as pesquisas.
Na Austrália, porém, o camundongo teve outro destino. Trabalhando com um paciente com câncer no pâncreas, os pesquisadores da Universidade de Queensland tentaram determinar mutações genéticas que fariam a doença suscetível a certas drogas. Um pedaço de tecido tumoral foi enxertado em um roedor — que, como o animal americano, teve seu sistema imunológico suprimido, para não rejeitar o transplante. Os pesquisadores testaram uma droga que, segundo a triagem genética do paciente, poderia funcionar. E eles estavam certos: o tumor encolheu no camundongo, quando o tratamento foi aplicado nele. O paciente, porém, morreu antes de os cientistas adaptarem a terapia para que fosse usada nele.

Um comentário:

Alberto disse...

Isto já era previsto pelo Walt Disney quando criou o Mickey.